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Frente Parlamentar em Defesa da Juventude reúne Movimento Hip Hop e forças de segurança

Encontro ocorreu na última segunda-feira (08/12) e debateu ação da Brigada Militar e Guarda Municipal durante evento cultural


A Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Públicas de Juventude do Legislativo caxiense realizou, na última segunda-feira (08/12), uma reunião extraordinária para tratar de denúncias contra a ação das forças de segurança do município, durante um encontro cultural promovido no Largo da Estação Férrea. Denominado "Batalha da Estação", esse encontro ocorreu em 30 de novembro. Acabou ganhando destaque nas redes sociais e na mídia após denúncias de que a Brigada Militar e a Guarda Municipal teriam abordado de forma truculenta alguns participantes.

Representantes das duas instituições estiveram presentes na reunião e rebateram as criticas, afirmando que existem procedimentos padrões e técnicas que devem ser seguidos em uma abordagem policial. Disseram ter recebido denúncia pelo fone 190 da Brigada Militar de que grupos de jovens delinquentes estariam agindo na região de São Pelegrino, durante a realização do evento.

De acordo com o comandante da 1ª Companhia do 12º Batalhão de Policia Militar,  capitão Márcio Dorneles, na mesma ocasião, estava ocorrendo a Operação Passe Livre, atividade executada mensalmente pela Brigada Militar. Ainda segundo o militar, durante essas ações, o policial tem poucos segundos para agir com precisão, de outra forma, pode pagar com a vida, caso não tome uma atitude mais enérgica em situações dessa natureza. Já os organizadores disseram que houve um tratamento diferenciado por parte das forças de segurança por se tratar de um evento organizando por movimentos identificados com a periferia de Caxias do Sul, como o Hip Hop. 

Willian Xavier, um dos organizadores,  disse que já na primeira edição houve excessos por parte da Brigada Militar, colocando mulheres e crianças contra a parede para fazer revista. "Queremos respeito e igualdade como em qualquer outro evento cultural do município. Fomos tratados como os marginais integrantes de bonde. Será que estamos fazendo algo errado pela cultura da cidade?", questionou o rapper.

Já Janquiel Francisco, representante dos grupos de Hip Hop, disse que existe um preconceito contra os integrantes do movimento pelo tipo de roupas que usam e pela  forma como eles se vestem,  o que acaba gerando estereótipos. Conforme Francisco, essa atitude por parte da sociedade não permite que se mostre o trabalho desenvolvido por esses grupos. "Estamos organizados e buscamos a paz, trabalhando em escolas e falando sobre os males das drogas. Trabalhamos em presídios na busca da ressocialização dos presos. Precisamos conversar e ter um retorno do poder público. Nossa cultura é a cultura da rua, por meio do grafite, da dança e da música. Se não podemos sair da nossa comunidade para mostrar isso  e dialogar com a sociedade, não haverá comunicação", afirmou.

A vereadora Denise Pessoa/PT disse que o Hip Hop é um movimento democrático que não escolhe pessoas para participar e, por muito tempo, atua na periferia da cidade. Ela lamentou que esses grupos não contam com a visibilidade merecida. "O movimento Hip Hop é a voz da periferia. Muitas vezes, essa voz é calada, mas precisaria ser escutada por nós do poder público", completou. O parlamentar Mauro Pereira/PMDB defendeu a ação da Brigada Militar, afirmando que, muitas vezes, pessoas boas acabam pagando pelas ruins. Ele sugeriu que o termo "batalha" fosse retirado das próximas edições do evento para não causar antipatia na comunidade, pois remeteria a conflito.

  Para o vereador Rafael Bueno/PCdoB, a reunião desta segunda-feira (08/12) serviu para dialogar com todas as partes envolvidas no caso e para que o fato não volte a ocorrer na próxima edição do evento.  Lamentou que 53% dos homicídios no Brasil envolvam os  jovens,  o que, na visão do comunista, se deve ao fato de a juventude ser colocada em segundo plano pelas autoridades. "Precisamos esclarecer tudo, para que esse evento volte a ocorrer com normalidade e para continuarmos levando as políticas públicas para as comunidades", frisou.

O progressista Guila Sebben/PP disse que conhece bem o movimento Hip Hop e tem participado das atividades dos grupos. Mostrou-se preocupado com o ambiente hostil que foi criado nas redes sociais após o ocorrido. Por isso, considerou pertinente a reunião entre todos os envolvidos no episódio para melhor esclarecer os fatos. "Nosso objetivo aqui é ouvir versões e evitar que ocorra algo semelhante na próxima edição. A ideia é conseguir estabelecer um diálogo e separar o movimento Hip Hop dos bondes.  O break, o grafite, o skate não podem ser confundidos com esses delinquentes que acabaram se infiltrando no movimento. Estamos em busca da cultura da paz e é isso que nos interessa", ponderou o parlamentar.

Ao final do encontro, os integrantes da  Frente Parlamentar em Defesa das Políticas Públicas de Juventude decidiram encaminhar ao Executivo Municipal as reivindicações apresentadas. O representante da Brigada Militar informou que todas as pessoas que se sentiram de alguma forma constrangidas pela ação policial, durante o evento,  devem procurar a Corregedoria da Brigada Militar, na Rua Dr. Montaury, 1.110. 

Além do presidente Bueno, integram a Frente Parlamentar em Defesa das Políticas da Juventude os vereadores Daniel Guerra/PRB, Felipe Gremelmaier/PMDB, Guila Sebben/PP e Neri, O Carteiro/SD.


08/12/2014 - 19:11
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861
Redator(a): Luiz Claudio Farias - MTE 7.859

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