O vereador Kiko Girardi/PT defendeu a nota pública emitida pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente do Legislativo caxiense, do qual é membro, no Grande Expediente da sessão ordinária desta quarta-feira (05/11). O documento, emitido em concordância com a decisão do Ministério Público, exige que os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) registrem o cumprimento da carga horária de trabalho por meio do ponto biométrico.

Conforme o petista, os médicos não estariam dispostos a cumprir essa exigência. Eles teriam o apoio do presidente do Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul, Marlonei dos Santos, que teria alegado que os profissionais cumprem a carga horária com base no número de atendimentos realizados.

Kiko salientou que a Comissão está preocupada com essa postura. Reiterou que o entendimento dos vereadores membros da comissão é de que a carga horária deve ser registrada e cumprida independente do número de pacientes atendidos, tendo em vista que se trata de uma exigência legal. Destacou que todos os demais servidores municipais cumprem suas jornadas diariamente.

O petista ainda destacou que os demais funcionários das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) se sentem desprestigiados, pois são obrigados a registrar o ponto e os médicos não.

O vereador Daniel Guerra/PRB pediu providência do prefeito Alceu Barbosa Velho com essa questão. Alertou que a imprensa de Caxias do Sul divulgou matéria sobre o assunto ainda no dia 23 de outubro, e até agora não houve manifestações por parte do prefeito ou mesmo da secretária de Saúde, Dilma Tessari.

Rodrigo Beltrão/PT frisou que o povo é a favor do registro de ponto. Alertou que a situação é um "tapa na cara" dos demais servidores que cumprem suas funções. "Parece que em Caxias, os médicos têm mais poder que o prefeito. O chefe do Executivo deve respostas imediatas", defendeu Beltrão.

Os vereadores Rafael Bueno/PCdoB e Flávio Dias/PTB também demonstraram apoio à manifestação de Kiko. Bueno pontuou que os policiais e os professores precisam cumprir sua carga horária. Apontou para a realização de uma audiência pública para poder aprofundar o debate sobre o assunto.

O líder de governo na Casa, vereador Pedro Incerti/PDT, reiterou que a briga é antiga. Informou que o Executivo e o Sindicato dos Médicos estão discutindo para entrar em um acordo com essa matéria. Defende que é preciso que saia uma decisão concreta antes que alguém intervenha no assunto.

Jaison Barbosa/PDT destacou que só agora está sendo implantado o sistema biométrico. Concordou que existe sim um equívoco, mas, além disso, é preciso ver se os médicos estão atendendo a população adequadamente. Também se mostrou a favor da realização de uma audiência pública para conhecer a opinião dos profissionais da medicina.