A tentativa de avançar, na mediação envolvendo o impasse de três portões de acesso ao campus da Universidade de Caxias do Sul (UCS), foi feita pela Comissão de Desenvolvimento Urbano, em audiência pública. A reunião aconteceu no início da noite desta segunda-feira (20/10), no plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul. Os pontos, que nas últimas semanas vêm sendo fechados entre sábados e segundas-feiras, situam-se nas ruas Alan Kardec, Antonio Xavier da Luz e Raul Pila. O presidente da comissão, vereador Mauro Pereira/PMDB, conduziu os trabalhos de hoje.

Lideranças comunitárias consideraram que, naqueles dias, o trânsito e o lazer de pedestres têm sido dificultados, sobretudo, na divisa entre os bairros Presidente Vargas e Petrópolis. Também comentaram que os bloqueios dificultam a passagem junto à BR-116.

O coro dos moradores ganhou reforço nas manifestações de alguns vereadores. Denise Pessôa/PT ressaltou que, embora a área da UCS fosse privada, a própria universidade estaria se beneficiando de serviços públicos, como o trânsito de veículos do transporte coletivo urbano. O vereador Jaison Barbosa/PDT citou bolsas de estudo públicas. Em defesa do diálogo, manifestaram-se os vereadores Daniel Guerra/PRB, Neri, O Carteiro/SD e Zoraido Silva/PTB.

O secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade, Manoel Marrachinho, explicou que as referidas ruas, nos trechos em que cortam a UCS, estão gravadas no Plano Diretor Municipal. Então, classificou os percursos como públicos. "Consequentemente, as ruas têm que ficar abertas. Quanto aos portões, cabem à UCS e à comunidade negociarem uma alternativa", observou. De acordo com ele, o próximo passo será elaborar uma regulamentação do zoneamento especial que compreende a área da universidade.

Diretor-administrativo-financeiro da UCS, Cesar Augusto Bernardi traçou as suas ponderações. Relatou que, em agosto passado, no espaço da universidade, ocorreram dois sequestros relâmpagos. De acordo com ele, em 2013, foram registradas 18 ocorrências, junto à Brigada Militar, e outras 58, junto à vigilância privada que atende o campus. "O terreno acidentado, distribuído em 60 hectares de área, com 74 blocos, torna difícil a manutenção da segurança. O patrimônio da UCS supera a faixa de R$ 300 milhões", comentou Bernardi.

Em seguida, o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), major Lúcio Alencastro, afirmou que, neste ano, o policiamento montando da corporação que funciona dentro da UCS já registrou 22 assaltos a pedestres. Esclareceu, contudo, que o 12º BPM não participou da decisão, de fechar aqueles três portões.

Além do vereador-presidente Mauro Pereira/PMDB, integram a Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação os vereadores Denise Pessôa/PT, Edi Carlos Pereira de Souza/PSB, Felipe Gremelmaier/PMDB e Neri, O Carteiro/SD. O vereador Pedro Incerti/PDT prestigiou a reunião.