Integrantes das comissões de Desenvolvimento Econômico (CDEFCO) e de Direitos Humanos (CDHCS) da Câmara Municipal receberam ex-funcionários do Grupo Voges, na tarde desta terça-feira (22/07). Também participaram do encontro, que tratou sobre a situação das rescisões trabalhistas dos ex-colaboradores da empresa, representantes do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região. O grupo conversou sobre os próximos passos da causa trabalhista. No ano passado, a Voges ingressou com pedido de recuperação judicial.

O presidente da CDEFCO, vereador Guila Sebben/PP, ressaltou que comissão não tem poder de estabelecer encaminhamentos, mas de colaborar para a transparência e para o diálogo. Nesse sentido é que a reunião foi conduzida. Por envolver questões trabalhistas, o parlamentar explica que é a Justiça do Trabalho que tem poder de decisão. Reafirmando a importância do diálogo, a vereadora Denise Pessôa/PT ressaltou que a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança da Câmara, a qual preside, está à disposição dos trabalhadores.

De acordo com o administrador judicial Nelson Cesa Sperotto, que atua como auxiliar do juiz no caso de recuperação da empresa Voges, o próximo passo do processo será a publicação do segundo edital de credores do grupo. Conforme Sperotto, depois dessa publicação, o juiz deve convocar uma assembleia para definir um plano com prazos para pagamentos. Segundo ele, se esse plano for aprovado, os primeiros a serem pagos serão os empregados. "A situação é delicada. Esse é um processo demorado em que todos os lados têm razão", comentou.

Luis Carlos Ferreira, presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região, informou que a entidade está prestando assessoria jurídica aos trabalhadores que solicitarem. O advogado Valdecir Souza de Lima, também do sindicato, afirmou que foram distribuídos aproximadamente 170 processos e realizadas 50 audiências. Conforme ele, 400 ex-funcionários foram demitidos antes do pedido de recuperação da empresa e outros 200 depois do pedido. "Estamos próximos de finalizar 90% das audiências, mas muitos não estão aceitando os acordos", informou.

O Grupo Voges também foi convidado para a reunião, mas não enviou representante. O gerente de Recursos Humanos da empresa, Leonardo Rosa, encaminhou um ofício informando que se iniciaram os pagamentos a colaboradores desligados em junho deste ano, conforme homologações individuais junto à justiça do trabalho. O documento também afirma que a empresa está buscando antecipações das audiências que tratam do tema, para conciliar processos e iniciar pagamentos. O texto ainda salienta que os funcionários desligados do Grupo Voges tiveram a possibilidade de se cadastrar a uma empresa de recrutamento profissional, a fim de buscar a recolocação no mercado de trabalho.

Diversos ex-funcionários também se manifestaram. A maioria criticou o tratamento que tem recebido no Sindicato dos Metalúrgicos quando demonstra a intenção de contratar advogados particulares. Representante de um grupo de 50 ex-funcionários atingidos pelo último processo de demissão coletiva da empresa, a advogada Rosana Tochetto informou que foi procurada há 15 dias por pessoas descontentes com o atendimento da entidade.

Além de Guila e Denise, estiveram presentes os vereadores-membros da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário (CDEFCO): Flávio Cassina/PTB, Henrique Silva/PCdoB, Jaison Barbosa/PDT e Raimundo Bampi/PSB. O parlamentar Daniel Guerra/PRB também esteve presente na reunião.

Fazem parte da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS), além da presidente Denise, os vereadores Mauro Pereira/PMDB, Neri, O Carteiro/SDD, Renato Nunes/PRB e Rodrigo Beltrão/PT.