A paralisação dos médicos do SUS, o transporte coletivo e de Uber, a burocratização das licenças ambientais e a desmobilização de movimentos contra a corrupção foram destaques no pronunciamento do vereador Elói Frizzo/PSB nesta quinta-feira (02/03) na Câmara Municipal.

O parlamentar iniciou seu grande expediente ressaltando que não se pauta pelo Pioneiro. Mas que desta vez o faria devido à série de matérias relevantes publicadas na edição desta quinta-feira do jornal.

Um dos assuntos foi a questão dos médicos, que paralisaram atendimento nas unidades básicas de saúde (UBSs) em meio a um conflito com o Executivo. Frizzo afirmou que o prefeito Daniel Guerra sempre disse que tinha a solução para a questão do registro do ponto dos médicos e criticava os ex-prefeitos Alceu, Sartori e Pepe por eles não conseguiram resolvê-la.

 “A solução é pagar o que querem os médicos. Mas para isso o Executivo não tem condições financeiras, porque os gastos com a saúde já ultrapassaram os 15% determinados por lei para essa área”, declarou o parlamentar.

O socialista disse ainda que a prefeitura erra na forma de conduzir a tratativas da categoria:
“O prefeito quer negociar com o Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), que os médicos não respeitam. Quem fala por eles é o Dr. Marlonei dos Santos, presidente do Sindicato dos Médicos”.

O vereador citou o gestor municipal da Saúde:

“Parece que o secretário não conhece cartão ponto. Dizem que ele é um ótimo profissional no HG, mas também não cumpre tempo integral”.

Outra matéria do jornal citada pelo socialista foi a que trata da desmobilização dos movimentos sociais contra a corrupção, que nos últimos anos levaram milhares às ruas. Frizzo lamentou as justificativas dadas pelos quatro principais lideranças para explicarem o porquê de deixaram os movimentos.

“Um dos líderes diz que o povo se acostumou com a corrupção. O outro optou por trabalhar para o DG (Daniel Guerra). Outro, que preferiu voltar para sua empresa, o que me parece mais coerente. E o quarto, criou um partido para ele”, afirmou, lembrando que no Carnaval houve protestos com gritos Fora Temer em várias partes do país.

Sobre o transporte dos caxienses, Elói Frizzo lembrou a demora do Executivo em remeter ao Legislativo o projeto de regularização do Uber. Ressaltou que o secretário de Trânsito, Transporte e Mobilidade tem outro grande problema: encontrar solução para o impasse do transporte coletivo antes que seja colocado em risco o atendimento para 100 mil usuários.

Ainda em referência ao Pioneiro, Frizzo citou a reportagem sobre a burocracia no fornecimento de licenças ambientais pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma).

“É inadmissível um parcelamento de solo levar três, quatro anos. As empresas têm de respeitar prazos para lotearem uma área. E sem liberação acabam sendo prejudicadas. Também não podemos esperar 90 dias para corte de uma árvore”, declarou, lembrando que a última administração municipal teve o mérito de trazer o licenciamento pleno para Caxias do Sul, sem depender do Estado.

Em aparte, o vereador Gustavo Toigo/PDT se pronunciou que a demora nos licenciamentos trava o desenvolvimento da cidade e dos empreendedores. E fez uma sugestão à Semma:

“O poder público tem que se antecipar e, dois ou três meses antes do vencimento, comunicar ao empresário para que ele providencie nova documentação para licença. Deve haver uma triangulação entre poder público, acadêmicos da área ambiental e empreendedores para agilizar licenças”.

Também em aparte, o vereador Adiló Didomenico/PTB lembrou que Caxias do Sul está perdendo empresas para Flores da Cunha devido à burocracia. “Inclusive, em Flores existe um movimento para segurar a ida de empresas caxienses pela falta de  estrutura. Caxias precisa se agilizar”, finalizou.

No grande expediente, Elói Frizzo ainda elogiou outra publicação do Pioneiro, que contou a história da Praça Avelino Avrela, inaugurada em 1984 no bairro Cruzeiro. Frizzo foi autor do projeto de lei que deu nome à área de lazer.