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Comunidade indígena condena ação da Prefeitura

Cacique ocupou tribuna do Legislativo na sessão desta terça-feira


A cacique Silvana Kréntánh Antônio, da tribo caingangue que tem sua aldeia localizada em Farroupilha, criticou a ação da Prefeitura de Caxias do Sul, na manhã de sábado (21/01), que retirou à força um casal de índios que vendia produtos na Avenida Júlio de Castilhos, no Centro. A manifestação, na sessão desta terça-feira (24/01), da Comissão Representativa da Câmara Municipal, ocorreu a partir de um acordo de lideranças. “A atitude atingiu o sentimento de toda a comunidade indígena, não apenas do casal”, afirmou.

A líder indígena assegurou que o casal atuava de forma legal, amparada por acordo existente entre o Ministério Público Federal, Funai e Prefeitura de Caxias do Sul. Segundo ela, na sexta-feira (20/01), o casal foi informado pela secretária municipal do Urbanismo que poderia usar o espaço para venda. No sábado, foi surpreendido pelos fiscais e guardas municipais. “Poderia ter ocorrido algo bem mais grave se toda a comunidade estivesse no local no momento do incidente”, alertou.

Também esclareceu que, pelo acordo, a venda de produtos industrializados é permitida na razão de 20% para o total de artesanais. Informou que no verão os indígenas vendem chapéus e, no inverno, lenços. “Quando troca a administração temos este tipo de problema. Esta é a segunda agressão e humilhação. Queremos o apoio dos vereadores para a defesa dos direitos dos indígenas”, assinalou.

Presidente da Comissão dos Direitos Humanos, o vereador Rodrigo Beltrão/PT definiu como desnecessária, abusiva e policialesca a ação da Guarda Municipal, que contrariou acordo que permite a atuação dos indígenas, inclusive com a definição do espaço a ser ocupado. Para ele, faltou diálogo, mas sobrou vaidade para o secretário de Segurança do Município, que rapidamente atendeu demanda do Sindilojas (entidade patronal do setor do comércio). Ao reconhecer que todos estão sujeitos a erros, sugeriu que a administração se desculpasse pelo ocorrido.

Beltrão também criticou o veto que lhe foi imposto, bem como para a cacique Silvana, para participar da reunião realizada na Prefeitura, na manhã de terça-feira, com integrantes da Administração Municipal, Funai e Ministério Público Federal para tratar da ação de sábado. “Este veto precisa ser repudiado, ele configura desrespeito com os indígenas e com o Legislativo. Que este não seja um governo de portas fechadas”, cobrou.

O vereador Elisandro Fiúza/PRB manifestou solidariedade aos indígenas, mas ponderou que é preciso combater o comércio ilegal. Sugeriu que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, da qual é integrante, deve pedir audiência com o secretário da Segurança para saber o que ocorreu e encontrar formas de evitar que o incidente de sábado se repita.

24/01/2017 - 14:51
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): João Roberto Hunoff - MTE 5.247

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