A violência nos presídios do país e o anúncio da criação de um Plano Nacional de Segurança motivaram vários pronunciamentos durante o Pequeno Expediente da Comissão Representativa desta terça-feira (10/01), no Legislativo caxiense. A vereadora Paula Ioris/PSDB, vice-presidente da ONG “Brasil Sem Grades”, discorreu sobre o risco de que as medidas anunciadas não passem de uma reação política dos governantes como resposta à crise. A sociedade precisa ficar alerta, ponderou.

O vereador Velocino Uez/PDT disse que, ao contrário do que se fala, não é só na cidade que a violência se espalhou. Para ele, a população do interior está ainda mais desprotegida e com medo. Referiu também a demanda por água no Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) na 3ª e 4ª Léguas e a necessidade de construir um sistema de contenção para o Arroio Pinhal que provoca receio na comunidade de Galópolis.

O vereador Renato de Oliveira/PCdoB criticou o equívoco cometido pelo Estado brasileiro ao terceirizar os presídios, pois os valores cobrados sugerem que a empresa está levando vantagem em detrimento da assistência aos apenados. O vereador Kiko Girardi/PSD lamentou a insegurança que leva às negociações promovidas em Caxias do Sul, sugerindo que o Exército e a Brigada Militar passem a atuar na segurança pública de maneira conjunta. Em sua opinião, não é o mais recomendável, mas a necessidade exige. E relatou que até os parques de recreação instalados nos bairros estão sendo abandonados pelos moradores diante da invasão de gangues de marginais e traficantes. 

Já o vereador Alberto Meneguzzi/PSB relatou sua disposição de colocar em foco o comportamento dos preços dos combustíveis em Caxias do Sul. Relatou contato que fez com o Procon local e solicitou que questionasse ao Conselho Nacional do Petróleo e a agências controladoras para saber qual a razão que permite aos postos, quando o preço do combustível baixa, retardarem o procedimento para o consumidor. Justamente o contrário de quando se anuncia aumento nos preços.

O vereador Edio Elói Frizzo/PSB disse estar atento às primeiras atitudes da nova administração, lastimando que a linha adotada seja da desconstrução de tudo o que foi feito pelos governos anteriores. Entende que não é a melhor prática. Pretende promover audiência pública sobre as mudanças no Sistema Integrado de Mobilidade (SIM) e vai questionar as razões que levaram o Executivo a desrespeitar os estudos técnicos sobre o reajuste das tarifas do Samae. Ainda falaram o vereador Paulo Perico/PMDB que pretende levar ao prefeito um grupo de moradores de São Pelegrino para debater os prejuízos com a queda do movimento turístico na região, informando que a CVC está deixando de levar os visitantes até o ponto turístico outrora principal atração de Caxias do Sul. Sobre o mesmo assunto se manifestou o vereador Velocino Uez/PDT.

Fizeram uso da palavra ainda os vereadores Arlindo Bandeira/PP, que defendeu a descentralização dos serviços públicos, fortalecendo as subprefeituras, dando ênfase na questão das ambulâncias para atender o interior. O vereador Adiló Didomenico/PTB disse entender a angústia dos moradores de Cazuza e do Juá com a situação lamentável das estradas, mas justificou a impossibilidade de atendimento de seus pedidos diante das demandas crescentes do município de Caxias do Sul, que deve merecer prioridade.

A situação dramática das estradas de Cazuza e Juá foi corroborada pelo vereador Paulo Perico/PMDB que testemunhou as dificuldades da população escolar na região, onde não há nem internet, nem telefonia, razão pela qual nem as notas dos alunos puderam ser lançadas. Este fato ocorreu quando esteve à frente da 4ª Coordenadoria Regional de Educação. O vereador Elisandro Fiuza/PRB agradeceu pelo apoio recebido nas eleições e no seu ingresso no poder Legislativo.