Os vereadores petistas abordaram, durante a plenária desta terça-feira (19/04), a sessão da Câmara de Deputados que votou sobre o impeachment da presidenta da República, Dilma Rousseff. Eles criticaram, sobretudo, a falta de argumentos para justificar o golpe ocorrido no último domingo (17/04) e afirmaram que a população está tendo discernimento para entender o que está em jogo com a violação da democracia brasileira.

O líder da bancada, vereador Rodrigo Beltrão, declarou que estava estarrecido ao identificar comemorações com a votação no plenário da Câmara de Vereadores e defendeu que o Parlamento de Caxias deveria estar repudiando esse golpe. “A presidenta Dilma é uma mãe para esse governo (municipal). Se não fosse pela presidenta Dilma, não teria política habitacional, não teria o SIM, não teria Samu nem o Instituto Federal”, criticou. O parlamentar destacou que, para afastar Dilma, ainda faltam a votação no Senado e a “principal batalha”, que é o discernimento do povo brasileiro. “Os nossos filhos e netos terão esse fato nos livros da história, e nos perguntarão se estivemos no lado da democracia ou do golpe. A história não demorará para fazer essa cobrança”, concluiu Beltrão.

A vereadora Denise Pessôa aproveitou para criticar a homenagem do deputado Jair Bolsonaro ao torturador da ditadura militar, coronel Ustra. “Foi quem torturou a presidenta Dilma. Não dá para admitir uma posição como essa no Congresso Nacional”, denunciou. Denise também lamentou a baixa qualidade dos deputados e disse que, ao assistir as justificativas de voto, o sentimento foi de “frustração”. “Revolta muito, as pessoas nos bairros estão em luto e sabem que estão em jogo os seus direitos. Os direitos que conquistaram graças ao governo do PT. Não é esse golpe que vai acabar com o PT. A gente vai continuar organizada e lutando cada vez mais”, concluiu Denise.

Ana Corso reforçou a crítica sobre a baixa qualidade dos parlamentares e considerou hipocrisia a frase de Eduardo Cunha, que declarou “Deus tenha misericórdia do povo brasileiro”. “Ninguém respeita traidor. Ele não terá nenhum sossego, se esse golpe vingar, num futuro governo Temer e Cunha”, disparou Ana.

Os vereadores também simbolizaram a defesa da legalidade, apresentando em suas mesas a Constituição e um pequeno cartaz, afirmando: “Voltaremos, queridos”.