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Frente Parlamentar das Mulheres apela para o direito de escolha das gestantes

Na noite desta segunda-feira, no UCS Cinema, um cine-debate problematizou o chamado excesso de cesáreas


O direito de escolha das gestantes foi motivo de apelo da Frente Parlamentar pelo Fim da Violência contra as Mulheres, durante um cine-debate, realizado na noite desta segunda-feira (21/09), no UCS Cinema. Presidido pela vereadora Denise Pessôa/PT e com a vereadora Daiane Mello/PMDB como membro, o grupo problematizou o chamado excesso de cesáreas. Recentemente, Daiane deu à luz Yasmin, sua primeira filha. Antes das discussões, um público de cerca de 60 pessoas, incluindo grávidas e futuros pais, assistiu ao filme: "O Renascimento do Parto", de Eduardo Chauvet e Érica de Paula. Chauvet também é o diretor da película. Assista ao trailer: http://zip.net/bcr3d8.

A peça fílmica alertou que, conforme o Ministério da Saúde, no Brasil, a proporção de partos, via cesáreas, seria da ordem de 52%. Comparou que, conforme especialistas, a margem superior a 20% já poderia ser exagerada. Em caráter de documentário, pois elenca uma série de depoimentos de pais, mães e especialistas da obstetrícia, o filme partiu da premissa de que, durante o parto normal, a parturiente libera um conjunto de hormônios, fundamentais para o bem-estar do bebê.

Por isso, a película sustentou que esse processo não poderia ser induzido, a exemplo de cesáreas com horários marcados. Ao contrário, segundo ela, o trabalho de parto deveria ter a sua própria espontaneidade respeitada. De toda maneira, não descartou a cesariana em situações de emergência. Defendeu, ainda, a possibilidade de partos domiciliares, para gestações não consideradas de risco.

No bate-papo pós-filme, manifestou-se Larissa Fortunato Simon, membro da organização não governamental (ONG) Nascer Sorrindo, voltada a apoiar parturientes, inclusive, no período posterior ao parto. Mãe, ela relatou que pôde experimentar dois tipos de gestação: a cesariana e a domiciliar. "A experiência de dar à luz pode ser mais rica. Mas, infelizmente, o olhar humano ainda está muito longe dos profissionais da saúde e dos hospitais. É inadmissível que os partos continuem acontecendo sob a lógica de uma linha produtiva, com métodos repetitivos", atentou Larissa.

Mesmo ao admitir como procedentes as críticas do filme e de Larissa, a pediatra Heloísa Lopes de Souza fez ponderações. "Sim, a mulher tem que ser ouvida. Decidir, por exemplo, entre parir em casa ou no hospital", observou. Ela afirmou que a discussão, no entanto, necessita ser estendida para todos os níveis sociais. Comentou que, no Brasil, nem todas as mulheres possuem acesso ao pré-natal.

A pediatra sinalizou que, no momento, em Caxias, uma das maiores preocupações reside no fato de que a presença de sífilis, em gestantes, já duplicou nos últimos cinco meses. De acordo com Heloísa, num cenário de realidades distintas, a ideia de humanizar o atendimento hospitalar às parturientes merece atenção. Acrescentou que a difusão desse conceito é vital para médicos e enfermeiros, desde os semestres iniciais dos cursos universitários.

Além da vereadora-presidente Denise Pessôa/PT e da vereadora Daiane Mello/PMDB, integram a Frente Parlamentar pelo Fim da Violência contra as Mulheres os vereadores Daniel Guerra/PRB, Rafael Bueno/PCdoB e Washington Cerqueira/PDT. Confira outros detalhes no site do filme: http://zip.net/bdr2Fl.

21/09/2015 - 23:44
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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