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Comissão de Legislação Participativa pede humanização do Centro de Caxias do Sul

Na noite desta segunda-feira, na UCS, o debate incluiu a preservação dos espaços públicos


A humanização do Centro e a necessidade de se ampliar a preservação dos espaços públicos locais foram a tônica da audiência pública, realizada na noite desta segunda-feira (27/04), no auditório do bloco H da Universidade de Caxias do Sul (UCS), que recebeu cerca de 180 pessoas. Tratou-se da segunda edição do projeto "Comunidade e Comissão Andam Juntas", da Comissão de Legislação Participativa e Comunitária do Legislativo caxiense. O presidente da comissão, vereador Rafael Bueno, buscou envolver o meio acadêmico no debate. No último dia 18 de abril, a primeira edição da iniciativa havia contemplado a região do loteamento Parque Oásis.

O vereador Bueno lastimou a falta de acessibilidade, como rampas para cadeirantes, em alguns lugares. Atentou que, na Praça Dante Alighieri, falhas nas câmeras de videomonitoramento não permitiram verificar responsáveis por crimes recentes. Criticou que, junto à Avenida Júlio de Castilhos, onde já existiu um calçadão, persiste o comércio ambulante ilegal. "Esses vendedores irregulares repassam mercadorias oriundas do crime organizado. Além disso, muitos cidadãos são intimidados, no Centro, diante do tráfico de drogas e da prostituição", alertou.

O secretário da Receita Municipal, Paulo Dahmer, comentou sobre as ações do grupo de trabalho da Prefeitura que se dedica a um plano de revitalização da chamada área do trem. Destacou que, até o fim do próximo mês de maio, deverá ser concluída uma praça de 7,4 mil metros quadrados, junto ao Shopping San Pelegrino. Disse que o mês que vem ainda marcará o início das obras de outra praça, desde a Avenida Rio Branco até a Rua Feijó Júnior, para servir como área de feiras e eventos, promovendo, entre outros ramos, o artesanato local. Informou que está prevista para dezembro a conclusão da última intervenção.

De acordo com Dahmer, a nova praça, ao lado do shopping, terá 32 postes, sendo cada um deles com duas luminárias. Afirmou que o perímetro contará com outros 40 pontos de iluminação, na calçada. Anunciou que, nesta quarta-feira, às 17h, na Biblioteca do Parque, será apresentado o projeto de revitalização do Largo da Estação Férrea.

Enquanto isso, a professora Luiza Iotti, do departamento de História da UCS, observou faltar respeito ao patrimônio cultural da cidade. Para ela, demoram as restaurações de prédios históricos. Na ótica da historiadora, o suposto abandono da Praça Dante, pelo poder público, teria começado com fim do antigo calçadão da Júlio de Castilhos.

Um diagnóstico preliminar para insatisfações, principalmente, no que diz respeito ao perfil da região central de Caxias, partiu de Liliana Henrichs, coordenadora da divisão de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural do município. Na percepção dela, a cidade vem sofrendo com uma prevalência do que classificou como a cultura da especulação imobiliária. "No Centro, sobretudo, convive-se com a verticalização, ratificada pelos prédios, e poucas áreas verdes", lamentou.

Mesmo assim, Liliana sustentou a concepção de que o Centro caxiense é ativo por meio das atividades comerciais. Ressaltou que essa região já possui mais de 50 prédios inventariados, em processos de recuperação histórica. Exemplificou que distritos, como Santa Lúcia do Piaí, apresentam pontos preservados. Ela referiu, ainda, o fato de, no final de 2014, a área de cerca de 50 mil metros quadrados, da antiga Metalúrgica Abramo Eberle (Maesa), ter sido concedida ao município, pelo Estado. No momento, a Prefeitura discute a elaboração de um plano de ocupação e aproveitamento da Maesa.

Conforme o presidente da Associação de Moradores do Bairro São Pelegrino, Antíoco Sartor, ao se marginalizar e priorizar corredores de ônibus, o Centro da cidade correria o risco de repetir a situação atual da Rua da Praia, em Porto Alegre, onde, segundo ele, é muito inseguro transitar depois das 18h. Preocupados com a segurança, pronunciaram-se o capitão Amilton Turra de Carvalho, do 12º Batalhão de Polícia Militar (BPM), e Márcio Ramos Laguna, gerente de fiscalização de postes da Guarda Municipal.

Além do vereador-presidente Rafael Bueno/PCdoB, integram a Comissão de Legislação Participativa e Comunitária os vereadores Edi Carlos Pereira de Souza/PSB e Flávio Dias/PTB.

27/04/2015 - 22:51
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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