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Bate-papo “O fim do Cinema Ópera e seus reflexos culturais” abre a programação 2015 da Casa de Leitura da Câmara caxiense

O cineasta Robinson Cabral conduziu a conversa sobre um dos espaços que marcou a vida cultural da cidade


A programação de palestras e debates de 2015 da Casa de Leitura, Memória e Educação Legislativa do Parlamento caxiense teve início nesta sexta-feira (06/03), às 9h, com um bate-papo ministrado pelo cineasta Robinson Cabral. A conversa destacou a influência de um dos ícones da cultura de Caxias: o Cinema Ópera. A estrutura foi atingida por um incêndio em 1994 e, atualmente, em seu lugar, há uma garagem de veículos que conserva o mesmo nome.

Diretor do webdocumentário "Cine Ópera: memória e identidade", Robinson discorreu sobre o percurso que trilhou para a elaboração do vídeo. Mencionou o livro História de Caxias do Sul, de João Spadari Adami, como fonte de inspiração.

Durante a pesquisa, o cineasta utilizou suporte teórico do Centro de Memória da Câmara. O acervo disponível no site do Legislativo caxiense (www.camaracaxias.rs.gov.br) facilitou o estudo. Por meio de fotos e reportagens, Robinson encontrou registros do Cine Theatro Apollo - primeira estrutura do Cine Ópera. Construído em 1921, o local tinha grande capacidade e recebia, em seus eventos, o glamour dos anos de 1920. Em 1927, o teatro foi atingido por um incêndio. Foi reconstruído e, em 1952, tornou-se Cine Ópera. Além de cinema, o local recebia palestras, exposições, teatros e bailes. "A história de Caxias do Sul passou pelo Cine Ópera", sublinhou Robinson.

Em final de 1994, o prédio do Ópera, situado na esquina das ruas Pinheiro Machado e Dr. Montaury, foi atingido por um incêndio e, em 1995, acabou sendo demolido. Hoje, em seu lugar, funciona a Garagem Ópera. Para o cineasta, essa construção mostra a "cara de uma cidade que valoriza mais o carro e o prédio do que as pessoas e a história. Felizmente, hoje, temos 37 bens tombados. Se o Ópera existisse atualmente, acredito que não cairia", declarou Robinson, ao mencionar a legislação que nasceu posteriormente em torno da preservação do patrimônio histórico.

Contudo, na opinião de Robinson, a comunidade caxiense deu apenas um passo. Na sua avaliação, ainda é possível avançar para resguardar a memória da comunidade. "Ao mesmo tempo em que conseguimos tombar 37 bens, somos incipientes em muita coisa. Conseguimos entender a valorização do bem material, mas não do imaterial, como o Carnaval, as manifestações e o folclore", analisa o cineasta.

O webdocumentário "Cine Ópera: memória e identidade", que se divide em sete atos, está disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=0RAnuT5vmr4.

06/03/2015 - 15:10
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861
Redator(a): Renata Chies

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