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Legislativo caxiense traça diagnóstico sobre dificuldades em torno de um futuro parque tecnológico

Especialistas da área pediram gestão compartilhada e maior atenção à pesquisa de inovação


Promover uma gestão compartilhada, a partir de viés comunitário, e maior atenção à pesquisa de inovação foram alguns dos caminhos traçados, para se conseguir implantar um futuro parque tecnológico, em Caxias do Sul. Os apontamentos aconteceram durante reunião extraordinária da Comissão de Desenvolvimento Econômico, nesta sexta-feira (21/11), na sala das comissões do Legislativo caxiense. Especialistas da área avaliaram que, no momento, a falta dessas duas condições prejudica a concretização do projeto, debatido há mais de dez anos. O presidente da comissão, vereador Guila Sebben/PP, conduziu os trabalhos.

O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Universidade de Caxias do Sul (UCS), José Carlos Koche, atentou que um parque tecnológico não se reduz a espaços físicos, como prédios. Para ele, o foco deve se voltar à pesquisa, à captação de recursos financeiros e à atração de empresas, por meio de parcerias. "Há 12 anos, a UCS se prepara para se consolidar como produtora de conhecimento, e não só uma difusora do saber", comentou.

Ao mesmo tempo, Koche afirmou que, de certa forma, a UCS já estaria conseguindo promover ações compatíveis com as de um parque tecnológico. Exemplificou a partir da implantação de laboratórios e da formalização de contratos com empresas. Segundo ele, no instituto de materiais cerâmicos da universidade, em Bom Princípio, a UCS aplicou R$ 25 milhões, para desenvolver pesquisas sobre ciência de materiais. Disse que existem contrapartidas do setor empresarial. Acrescentou que a incubadora de inovação da instituição deverá ser ampliada.

Gestor do Polo de Informática de Caxias do Sul (Trinopolo), Antônio Augusto Tessari lamentou que, nos últimos anos, a cidade tivesse deixado de cumprir etapas de constituição de um parque tecnológico. Ressaltou que ainda falta um entendimento de que o projeto só dará certo, se envolver governos, sindicatos, universidades, empresas, a comunidade.

O diretor regional do Sindicato das Empresas de Informática do Rio Grande do Sul (Seprorgs), Marcos Casagrande, alertou que, na sua ótica, empreendedores brasileiros não conseguem compreender o real sentido de um parque tecnológico, nos moldes estadunidenses e europeus. "As experiências recentes, no estado, demonstram o resultado de uma concepção de se formarem verdadeiros condomínios empresariais", considerou.

Quanto ao cenário caxiense, Casagrande enfatizou que a cidade não pode se restringir às vocações naturais, como o fato de ser o segundo polo metalomecânico do país. A seu ver, há muito espaço, no âmbito tecnológico, a ser desbravado, incluindo a mecatrônica. Ele também defendeu que um parque do gênero fosse regional e comunitário.

O secretário municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, Francisco Spiandorello, observou que Caxias já tem um ambiente favorável ao progresso. Apontou que o município é o primeiro no estado, em longevidade de empresas. Salientou que o poder público vem intensificando o intercâmbio com missões empresariais estrangeiras, oriundas da China, da Coreia do Sul, da Itália, dentre outros países.

Enquanto isso, o vereador Rafael Bueno/PC do B chamou a atenção para o fato de a própria Prefeitura, em seu prédio, não disponibilizar sinal de internet Wi-Fi. Ele destacou que, em coautoria com Guila, assinou um projeto de lei para favorecer a disponibilização de Wi-Fi gratuito, em escolas, parques e praças do município. Na mesma linha, Guila lembrou que o Executivo Municipal empregou R$ 6 milhões na chamada Infovia, uma iniciativa para conectar 300 pontos públicos à internet.

O empresário Oscar de Azevedo, do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), pediu empenho pela convergência de ideias, em prol de um parque tecnológico. Pelo desenvolvimento da tecnologia da informação, no município, manifestou-se o vereador Jaison Barbosa/PDT.

Próximo ao término da reunião, o vereador Flávio Cassina/PTB contou que, em outubro passado, com um grupo do Simecs, esteve na Universidade de Kassel, onde verificou procedimentos da área metalmecânica e da reciclagem de materiais plásticos, fibras, celulose, injeção de moldes, extrusora, etc. Referiu que a instituição conta com um moderno laboratório de raio-X, para detectar fissuras em peças, principalmente, de aço, além de latão, alumínio e plástico.

Além do vereador-presidente Guila Sebben/PP, integram a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário os vereadores Flávio Cassina/PTB, Henrique Silva/PC do B, Jaison Barbosa/PDT e Raimundo Bampi/PSB. O último também prestigiou o encontro de hoje.

21/11/2014 - 16:58
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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