A dívida que o Rio Grande do Sul mantém com a União preocupa o vereador Flavio Cassina/PTB e outros parlamentares da Casa. Na sessão plenária desta quinta-feira (28/08), o petebista apresentou um histórico do crescimento da dívida desde a década de 1990 até 2012.

Mencionou que o governo Alceu Collares/PDT (1991-1994) se encerrou com a dívida em R$ R$ 4,399 bilhões; Antônio Britto/PMDB (1995-1998) fechou o mandato com R$ 13,416 bilhões a pagar ao Planalto; Olivío Dutra/PT (1999-2002) chegou ao fim da administração com R$ 24,601 bilhões; Germano Rigotto/PMDB (2003-2006), com R$ 37,782 bilhões; Yeda Crusius/PSDB (2007-2010), com R$ R$ 40,635 bilhões; e até 2012, no governo Tarso Genro/PT (2011-2014), já está em R$ 52,748 bilhões.

Diante desses números, Cassina acredita que o atual governo deverá encerrar devendo à União aproximadamente R$ 60 bilhões. "Nas condições atuais, a dívida é impagável. Se não buscarmos a origem da dívida, não haverá solução, pois precisamos saber o que devemos para debater sobre um novo indexador. Como está é muito semelhante a quem tem dívida em banco com cheque especial", comparou o parlamentar.

Ao mesmo tempo, Cassina observa que o Rio Grande do Sul tem valores a receber oriundos da lei Kandir, que trata da desoneração das exportações e prevê compensação da União aos Estados decorrente dessa desoneração de ICMS.

Diante do atual cenário, o vereador defende a realização de uma cruzada para saber qual foi o início da dívida e o que vem ocorrendo no decorrer dos anos. Também sugere que a União perdoe senão tudo, parte do que o Estado deve. "Temos que formar um movimento ordeiro, começando pelos deputados estaduais, federais, governadores. Também não adianta voz isolada. O movimento exige ação concreta e depende de todos nós. Tenho pena do próximo governador se persistir como está", pontuou Cassina, informando que a proposta de uma nova indexação, para baixar o estoque da dívida, ficou para ser discutida no mês de novembro.

Os vereadores Felipe Gremelmaier/PMDB e Daniel Guerra/PRB valorizaram a abordagem trazida por Cassina ao plenário. Gremelmaier e Guerra ressaltaram que a solução para o dilema da dívida gaúcha passaria por uma rediscussão do pacto federativo. O parlmamentar Cassiano Fontana/PRP entende que é necessário dar a largada a esse debate.

Na visão de Zoraido da Silva/PTB, torna-se oportuno saber como estão os outros Estados do país, se têm dívida no mesmo patamar do território gaúcho. O petebista também comentou que essa questão está interligada às reformas política e tributária, as quais, na sua opinião, deveriam sair do papel.