O trabalho realizado ao longo do último mês com relação aos migrantes foi relatado pela vereadora Denise Pessôa/PT. Na sessão ordinária desta quinta-feira (07/08), a parlamentar voltou a agradecer o apoio de todas as pessoas e entidades que, de alguma forma, se envolveram em benefício dos estrangeiros. A maior parte dos migrantes que chegaram à cidade recentemente vieram de Gana, na África.

Denise enalteceu o atendimento da Polícia Federal que passou a aceitar os formulários de pedido de refúgio preenchidos em outros idiomas. Comentou que, posterior a isso, os voluntários puderam se dedicar a ajudar na documentação junto ao Sistema Nacional de Empregos (Sine), para a confecção das carteiras de trabalho dos migrantes.

A petista destacou que a cidade de Criciúma (SC) conta com aproximadamente 500 migrantes, mas muitos deles tiveram que vir até Caxias do Sul para solicitar o pedido de refúgio. De acordo com a parlamentar, vieram a Caxias porque o atendimento da Polícia Federal no município catarinense seria precário e feito por meio de uma lista de espera. Além disso, em Criciúma, o pedido de refúgio vale somente seis meses e, em Caxias, a validade é de um ano.

Denise frisou que o município caxiense ainda precisa avançar no que diz respeito ao acolhimento. Conforme ela, ontem, o último migrante (entre os atendidos) foi encaminhado para o mercado de trabalho e irá exercer suas atividades na agricultura. A petista elogiou o empenho do padre Edmundo Marcon (reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida) e da irmã scalabriniana Maria do Carmo (Coordenadora do Centro de Atendimento ao Migrante).

  A vereadora informou que apenas quatro migrantes ganeses permaneceram em Caxias do Sul. Atualmente, eles residem no bairro Planalto e possuem emprego. Na opinião da parlamentar, são necessários a implantação de um Conselho Municipal que trate sobre a migração e mais profissionais especializados para atender essas pessoas.

O vereador Rafael Bueno/PCdoB ressaltou que é preciso aprender a viver com a globalização. Pontuou que a maioria dos cidadãos caxienses possui outras descendências. De acordo com o vereador comunista, é oportuno que haja quebra de preconceitos.

O peemedebista Felipe Gremelmaier parabenizou Denise por todo o seu esforço. Salientou que, mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas acabam precisando de ajuda.

O presidente da Casa, vereador Gustavo Toigo/PDT, se afastou momentaneamente da presidência da sessão para participar do debate. Toigo cumprimentou e agradeceu à vereadora Denise, por ela ter representado muito bem o Legislativo caxiense à frente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS). Defendeu a importância de acolher e reconhecer a questão humana. De acordo com Toigo, Caxias do Sul foi erguida também por migrantes e, por isso, todas as etnias devem ser respeitadas.

O parlamentar pedetista ainda sugeriu para Denise que a CDHCS faça uma indicação à Coordenadoria Estadual da Mulher para que a irmã Maria do Carmo seja agraciada com o Troféu Ana Terra (essa distinção busca expressar o reconhecimento da sociedade rio-grandense às mulheres que, por meio de seu trabalho, se destacam na luta pelo bem comum, para construção solidária de uma vida melhor em suas comunidades). Da mesma forma, Toigo cogitou que o Padre Edmundo Marcon receba o Prêmio Troféu Caxias.