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Fórum “A Inclusão do Deficiente na Escola” é instituído em Caxias do Sul

O grupo foi definido nesta segunda-feira, durante reunião da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança do Legislativo


O Fórum "A Inclusão do Deficiente na Escola" foi instituído nesta segunda-feira (30/06), durante reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS) do Legislativo caxiense. O grupo terá uma comissão executiva composta por integrantes de diversas entidades, sociedade civil e órgãos públicos. Entre os quais: Câmara Municipal de Caxias do Sul, Secretaria Municipal de Educação, Coordenadoria de Acessibilidade do município, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPD), Conselho Municipal de Educação, 4ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), representantes de pais e de cuidadores.

O objetivo é debater, estudar e buscar soluções na área da educação especial, trabalhando e fortalecendo o conceito de inclusão no contexto de Caxias do Sul. Durante a reunião da tarde desta segunda-feira, a Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi recebeu autoridades e diversos familiares de pessoas com deficiência. O encontro, coordenado pela presidente da CDHCS, vereadora Denise Pessôa, foi solicitado pelo CMDPD.

Além da vereadora Denise, fizeram parte da mesa de debates os vereadores Daniel Guerra/PRB e Neri, O Carteiro/SDD; o presidente do CMDPD, Silvestre Pedroso; a secretária municipal de Educação, Marléa Ramos Alves; a presidente do Conselho Municipal de Educação (CME), Glaucia Gomes; a gerente da Topsul (empresa responsável pela contratação dos cuidadores que atendem às escolas municipais), Claudia Ferronatto; e a representante dos pais das crianças com deficiência, Luiza Palhano.

Silvestre Pedroso explicou que a preocupação do CMDPD, neste momento, é em relação à atuação dos cuidadores. Segundo ele, o conselho vem recebendo reclamações sobre o jeito que esses profissionais têm desempenhado suas funções. Ele ressaltou que se deve respeitar a legislação e perceber que uma criança com deficiência nem sempre consegue realizar as atividades que os outros colegas executam. Nesse sentido, ele espera que haja uma parceria da comunidade, do Legislativo e dos demais órgãos envolvidos em busca de melhorias. A mesma confiança demonstrou Luiza Palhano. "Todos temos que nos preparar para cuidar de nossos filhos. Há detalhes que parecem insignificantes a outras pessoas, mas para nossos filhos são muito sérios", frisou, salientando que o desafio é ver outras pessoas também sabendo cuidar das crianças com deficiência.

À frente do CME, Glaucia Helena Gomes acredita que o fórum ajudará no trabalho com a inclusão e na compreensão sobre a convivência na diversidade. Gerente da empresa responsável pelos cuidadores, Claudia Ferronatto informou que uma equipe de assistentes sociais está passando pelas escolas para conhecer a realidade das crianças. O que for observado pelas profissionais será partilhado com uma equipe técnica que tentará viabilizar soluções voltadas a um melhor atendimento.

Na opinião do vereador Daniel Guerra/PRB, há muitas reuniões e pouca ação efetiva na questão da inclusão. Ele criticou o atual governo municipal e a Comissão de Educação da Câmara. O republicano listou casos de crianças com deficiência que estariam na lista de espera para conseguir vaga em escola. "Fica aqui meu pedido de providências à Comissão de Direitos Humanos. Também encaminharemos registro ao Ministério Público", informou.

Segundo a secretária municipal de Educação, Marléa Ramos Alves, as dificuldades relacionadas à inclusão precisam ser resolvidas e a Smed está buscando a melhor forma para isso. Entretanto, na ótica da secretária, as respostas não devem vir somente da escola, mas do coletivo, com participação da criança, da família, dos professores, da comunidade como um todo, incluindo também as faculdades. A secretária ressalta que, com a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), devem ser planejadas políticas voltadas à educação especial. E os debates feitos a partir do fórum ajudarão nesse processo, espera Marléa. "O fórum vem para que possamos fazer as perguntas certas e buscarmos as melhores respostas", frisou.

Mãe de uma criança com deficiência, Rosangela Cardoso também pediu mais atenção do município para com as pessoas com deficiência. Ela contou que precisou apelar ao Ministério Público para conseguir fraldas para sua filha. Com filho autista, Ana Paula Pacheco disse que as mães estão dispostas a fazer de tudo para que a inclusão dê certo, não apenas para as crianças estarem na escola, mas, principalmente, para terem mais dignidade e convívio social.

O agricultor Noimar Dallegrave reivindicou à Smed uma sala de recursos apropriada para a Escola Caetano Costamilan, em Loreto, na 2ª légua. Pai de autista, ele também sugere à secretaria mais qualificação para os professores lidarem com os alunos com deficiência. Na visão de Umberto Mannoia, outro participante do encontro, trabalhar o conceito de inclusão a partir de profissionais e pessoas envolvidos no tema é um caminho que pode ajudar.

Como coordenadora em exercício da área da Acessibilidade no município, Elisabeth Maria de Cesaro explicou que a prefeitura tem se empenhado para atender às pessoas com deficiência. Ela também colocou a Coordenadoria de Acessibilidade da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Proteção Social (SMSPPS) à disposição dos participantes do encontro. Acrescentou que está em atividade o Comitê Gestor de Políticas de Inclusão Social da Pessoa com Deficiência, o qual trata do assunto entre as diversas secretarias.

Ao final da reunião da CDHCS, a vereadora Denise Pessôa oficializou o começo dos trabalhos do Fórum "A Inclusão do Deficiente na Escola". Informou que o grupo se mobilizará com compromisso e participação na busca de melhorias nessa área. "Muitas vezes, a questão da educação especial é bonita na teoria, mas, na prática, é mais complicada. Precisamos saber como trabalhar com o autismo e outras deficiências. Os pais sabem cuidar de seus filhos, por isso, podem sugerir e serem um canal aberto. Precisamos motivar e contar com o compromisso de todos. Construir redes exige bastante e a ideia é termos uma rede que trate a pessoa com deficiência como um todo", frisou. A vereadora divulgou que o primeiro encontro do fórum será no dia 14 de julho, às 13h30min, no plenário da Câmara Municipal.

Fazem parte da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança do Legislativo caxiense os vereadores Denise Pessôa/PT (presidente), Mauro Pereira/PMDB, Renato Nunes/PRB, Neri, o Carteiro/SDD, e Rodrigo Beltrão/PT.

 

30/06/2014 - 17:45
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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