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Palestras defendem nova abordagem e avanços na legislação

Edson Marchioro e Juelci Almeida fizeram exposições na abertura da audiência pública que tratou da implantação de ciclovias na cidade


Duas palestras enriqueceram a audiência pública "Ciclovias em Caxias do Sul" , nesta sexta-feira, no Legislativo caxiense. O arquiteto e urbanista Edson Marchioro cobrou uma nova abordagem na ocupação dos espaços públicos, dando prioridade às pessoas, enquanto o especialista em trânsito Juelci Almeida defendeu avanços na legislação para garantir mais segurança aos ciclistas.

Marchioro abordou o desenvolvimento das cidades, criticou a preocupação habitual de se pensar o trânsito pela ótica da fluidez dos veículos e defendeu uma mudança de paradigma. Com o modelo atual, disse, os problemas de congestionamentos só vão aumentar. Como argumento, citou os mais de 12 mil veículos novos comercializados por ano na cidade e os altos investimentos em obras, como a construção do Viaduto do Campos dos Bugres, que não resolveram aos problemas de acesso à cidade. "Pensar em mobilidade urbana é mais do que pensar em resolver questões de trânsito", disse.

Para Marchioro, o espaço público não é ocupado de forma justa atualmente. "Hoje, 85% do espaço é ocupado por automóveis. Não está certo", afirmou. Segundo o urbanista, é necessário organizar o espaço público, dando prioridade, pela ordem, a sistemas que beneficiem os pedestres, e não o carro. Defendeu, desta forma, os investimentos no transporte público, inclusive os corredores duplos para ônibus nas ruas Sinimbu e Pinheiro Machado, e em formas alternativas de transporte, como a bicicleta. "O transporte individual tem de vir em último lugar", declarou.

No desfecho da palestra, Marchioro disse ser viável a adoção da bicicleta como sistema viável. "O clima e a topografia não são impeditivos. Quem quer combater a bicicleta acaba usando essas dificuldades como argumento", criticou o urbanista.

O segundo palestrante, Juelci Almeida, abordou aspectos relacionados à legislação de trânsito. Ao destacar que o modelo atual, centrado no automóvel, levou a uma paralisia, ele defendeu avanços nas leis, principalmente relacionadas ao uso da bicicleta. "O nosso código de trânsito tem quase 20 anos e muitos dispositivos relacionados a bicicleta não foram regulamentados", criticou.

Almeida também abordou a ampliação do número de acidentes, que vem crescendo nos últimos anos e tendem a continuar em alta. Ele próprio disse não se sentir seguro para andar no trânsito de Caxias do Sul. "Andei até há dois anos na cidade, mas me sinto muito inseguro. Por isso, dei a minha a bicicleta para a filha, que mora em Porto Alegre", declarou, que também deu dicas sobre segurança para motoristas e ciclistas em sua explanação.


27/06/2014 - 23:48
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul


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