Ações que melhorem a situação trabalhista de negros em geral e imigrantes haitianos e senegaleses, em Caxias do Sul, serão desenvolvidas pela Comissão de Direitos Humanos do Legislativo caxiense. A pauta ganhou ênfase durante a reunião extraordinária, realizada na tarde desta sexta-feira (16/05), na sala das comissões da Câmara Municipal. A presidente da comissão, vereadora Denise Pessôa/PT, conduziu os trabalhos, voltados a debater o racismo.

Representantes de grupos de imigrantes haitianos e senegaleses relataram dificuldades de inserção no mercado de trabalho. Apontaram que, quando se encontram em uma função, mesmo depois de concluírem cursos técnicos, chefes não confirmam promessas de promoção de cargos. Afirmaram que, por vezes, o quadro redunda em demissões.

A presidente da comissão disse ter constatado exploração da mão de obra desses estrangeiros. "Eles recebem funções mais pesadas, além de não serem enquadrados nas mesmas bases de cálculos de remuneração dos demais colegas", lamentou. Denise anunciou que a primeira providência será recorrer à Superintendência Estadual do Ministério do Trabalho. Comentou que as medidas ocorrerão em parceria com a frente parlamentar da Assembleia Legislativa que se dedica a combater o racismo e outros tipos de preconceito.

Assistente social do Centro de Atendimento ao Migrante em Caxias do Sul, Vanessa Moojen alertou para casos de perseguição, ameaças e agressões racistas, contra haitianos e senegaleses. A deputada estadual Marisa Formolo/PT pediu mobilização para se intensificarem as articulações das lutas de combate ao racismo, à homofobia e a outras formas de discriminação.

Além da presidente Denise, integram a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança os vereadores Mauro Pereira/PMDB, Neri, O Carteiro/SDD, Renato Nunes/PRB e Rodrigo Beltrão/PT.