O vereador Raimundo Bampi/PSB usou a tribuna, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (06/03), para lamentar o baixo preço mínimo da uva. Também se manifestou elogiando o sucesso da Festa da Uva 2014. Disse que, paralelamente ao evento e apesar das chuvas, a colheita ocorre, oferecendo frutos de ótima qualidade. No entanto, Bampi informa que a insatisfação dos produtores com relação aos preços praticados perdura neste ano. Segundo Bampi, o valor mínimo do quilo da uva que está sendo pago (R$ 0,63, para a variedade isabel) fica abaixo dos custos de produção. Essa situação, conforme o parlamentar, traz sérias dificuldades para as famílias produtoras, gerando êxodo rural, especialmente entre os mais jovens. 

Apesar dessa circunstância, Bampi revela-se otimista. Um projeto que institui o vinho colonial já foi aprovado pela Câmara e pelo Senado Federal e deve ser sancionado pela presidenta Dilma Rousseff. Bampi destaca alguns pontos importantes da matéria, que, na visão do parlamentar, deverão beneficiar o produtor. São eles: o viticultor não precisa ter CNPJ; os impostos terão tributação diferenciada; a venda só poderá ser feita diretamente ao consumidor final ou em feiras; o estabelecimento para se enquadrar deverá ter no mínimo 70% de produção própria da matéria-prima, entre outros.

De acordo com Bampi, outra vantagem é a flexibilização da comercialização. O vereador garante que as normas de fabricação e os padrões de higiene e qualidade dos produtos estarão garantidos na lei. "Realmente, essa lei vai beneficiar o pequeno vitivinicultor na comercialização do produto, principalmente pela ingerência das grandes empresas, que, com seu poderio, procuram de todas as formas sufocar o pequeno empreendedor", observa o socialista.

A falta de segurança no Interior foi outro assunto abordado por Bampi. O vereador citou como exemplo uma família de agricultores da localidade de Loreto. Três criminosos mantiveram em cativeiro, por várias horas, nove integrantes de uma mesma família enquanto roubavam bens e dinheiro, que estavam na propriedade. Lembrou que o clamor por maior segurança já foi exaustivamente debatido na Casa. Disse que, apesar das cobranças e denúncias, não ocorreram avanços por parte das autoridades.

"O que temos em nosso Interior é a insegurança correndo solta. Os meliantes estão cada vez mais à vontade. Sem serem importunados, cometem todo tipo de arbitrariedade", lamenta. Conforme Bampi, a cobrança não é dirigida ao comando da Brigada Militar local, que, na visão do vereador, faz um excelente trabalho mesmo com todas as limitações de recursos humanos e material. O parlamentar sugere ao secretário de Segurança do Estado, Airton Michels, medidas urgentes de socorro às comunidades da zona rural de Caxias do Sul. "Queremos urgência nessas medidas, antes que se tenha que lamentar não só as perdas materiais, já que essas podem ser repostas, mas também perdas humanas, sendo que essas ninguém pode repor", enfatizou o parlamentar.

O vereador Arlindo Bandeira/PP classificou a situação do Interior como calamitosa, em virtude da falta de segurança. Lembrou que já foram feitas reuniões com o comando da Brigada Militar para tentar uma solução, além da elaboração de um documento relatando a situação. Esse documento foi entregue ao secretário  Airton Michels. O progressista entende que a Brigada Militar faz verdadeiro milagre com o que tem à disposição para enfrentar os bandidos. De acordo com o progressista, é necessária a instalação de patrulhas rurais em todos os distritos do Interior.  O vereador Edi Carlos/PSB também defende o policiamento rural.  O socialista afirma que vai continuar cobrando mais segurança às autoridades. Conforme ele, seria importante que todos os parlamentares fizessem um pacto para conseguir o policiamento em todos os distritos.