O diretor-presidente do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), Edio Elói Frizzo, participou de uma reunião da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação da Câmara Municipal de Caxias do Sul (CDUTH), nesta segunda-feira (10/02). O encontro, aberto ao público, teve como objetivo esclarecer questionamentos a respeito do andamento das obras e da previsão de funcionamento do Sistema Marrecas. O vereador Mauro Pereira/PMDB, presidente da CDUTH, conduziu a reunião, que também contou com a presença de servidores do Samae e de diversos parlamentares.

Frizzo explicou que a represa e o sistema como um todo são coisas diferentes, e que a construção do sistema é fiscalizada constantemente pelo Tribunal de Contas do Estado e da União, pelo Ministério Público e pelo Legislativo Municipal. "É uma das obras mais fiscalizadas de Caxias do Sul", afirmou.

De acordo com Frizzo, o custo total da construção é de R$ 258 milhões. Sobre o prazo para que a população comece a se beneficiar do sistema, o diretor-presidente explicou que o rompimento de uma peça, durante testagem, atrasou o início da distribuição de água. Ele conta que a água estava sendo bombeada para a Estação de Tratamento de Morro Alegre, quando uma peça se rompeu. Frizzo ainda reiterou que a empresa responsável pediu um prazo de 20 dias para executar o conserto. Ele espera que, a partir de março, a população comece a utilizar a água proveniente do sistema. O diretor-presidente apontou um prazo de até 60 dias, para que o abastecimento ocorra.

Os vazamentos da represa foram alvo de questionamentos dos vereadores petistas Denise Pessôa e Rodrigo Beltrão. Sobre isso, Frizzo alegou que não existe represa sem vazamento. O engenheiro do Samae, Gerson Panarotto, explicou que há infiltrações nas laterais da represa, causadas por desníveis da rocha, e também no corpo da barragem.  Panarotto disse que as empresas responsáveis estão analisando como podem ser feitas as injeções de material para conter os vazamentos.

A vereadora Denise Pessôa questionou o estudo geológico feito para o local. Frizzo afirmou que esse estudo também está sendo questionado em uma notificação à empresa responsável. O Samae também solicitou laudo técnico feito por engenheiros de fora da construção, já que agora a obra está quase finalizada. "Estamos exigindo que a represa seja entregue com qualidade. Só vamos assinar o termo de recebimento da obra quando os problemas forem solucionados", alegou Frizzo. Ele ainda reforçou que a avaliação do Ministério Público atesta que não há riscos na represa, e que o sistema é monitorado todos os dias.

Problemas no abastecimento atual também foram apontados durante a reunião pelo vereador Daniel Guerra/PRB, especialmente sobre falta de água no bairro Desvio Rizzo. O diretor do Samae salientou que existem problemas pontuais de abastecimento, causados pelo alto consumo. Ele explicou que áreas mais baixas consomem a água antes que ela possa ser bombeada a regiões mais altas. Quanto a investimentos, Frizzo afirmou que R$ 25 milhões serão empregados para incrementar o abastecimento.

Ainda foram debatidas questões como a destinação da madeira retirada para a construção da represa e a segurança do local. Estiveram presentes na reunião desta tarde o presidente da Câmara, Gustavo Toigo, o presidente da CDUTH, Mauro Pereira/PMDB, e os vereadores Arlindo Bandeira/PP, Daniel Guerra/PRB, Denise Pessôa/PT, Edi Carlos/PSB, Edson da Rosa/PMDB, Felipe Gremelmaier/PMDB, Flavio Cassina/PTB, Guila Sebben/PP, Henrique Silva/PCdoB, Jaison Barbosa/PDT, Jó Arse/PDT, Kiko Girardi/PT, Pedro Incerti/PDT, Rafael Bueno/PCdoB, Raimundo Bampi/PSB, Rodrigo Beltrão/PT e Zoraido Silva/PTB.

Além do presidente Mauro, integram a Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação os vereadores Denise Pessôa/PT, Edi Carlos/PSB, Felipe Gremelmaier/PMDB e Neri, O Carteiro/SDD.