Homenagens aos festejos da Semana Farroupilha marcaram a abertura da sessão ordinária desta quinta-feira (19/09), no plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul. No espaço do grande expediente, os vereadores Renato Nunes/PRB e Zoraido Silva/PTB dedicaram parte do tempo para declamar poesias alusivas à Revolução Farroupilha (1835-1845) e à cultura gaúcha, como um todo. Enquanto recitavam os versos, ao violão, o vereador Pedro Incerti/PDT dedilhava melodias de fundo.

Depois, foi a vez de o vereador Jaison Barbosa/PDT exibir um vídeo com poemas de sua autoria. Amanhã, celebra-se o 20 de setembro, data de início daquele conflito, como demonstração da inconformidade do gaúcho para com injustiças.

Zoraido lembrou o Dia do Gaúcho. Declamou a poesia: "Os Farroupilhas e suas Façanhas", de autoria do padre Clair Favreto. "Achei interessante relembrar o sofrimento que forjou a história do Rio Grande do Sul, como se criaram as cores da bandeira, a atuação do presidente da República Rio-Grandense, Bento Gonçalves", frisou.

Também ex-presidente da 25ª Região Tradicionalista (de 2005 a 2012) e sempre trajado com a pilcha (a indumentária do gaúcho), o vereador Jó Arse/PDT destacou que, mais importante do que a luta pela queda dos impostos sobre a comercialização do charque (o principal motivo da revolução), está a união do povo gaúcho. Conforme ele, hoje, não existe mais guerra, mas, uma confraternização.

O vereador Mauro Pereira/PMDB salientou que, a exemplo de outros anos, a Câmara está nos pavilhões da Festa da Uva, com um piquete, onde todos os setores da Casa e as bancadas partidárias, simbolicamente, se reúnem, demonstrando um clima de harmonia. O vereador Rafael Bueno/PC do B também saudou a semana. Porém, não deixou de comentar a respeito do hino rio-grandense. "A frase povo que não tem virtude acaba por ser escravo deveria mudar", opinou. Ele acredita que o trecho representa uma forma de dominação social e precisaria ser revisado.

A comemoração alusiva ao dia 20 de setembro de 1835 remonta ao início da Revolução Farroupilha, conflito que durou até 1º de março de 1845, data do acordo de Ponche Verde. Os gaúchos demonstravam insatisfações políticas e econômicas em relação ao Império da época. Não concordavam com os impostos cobrados sobre charque, couros e erva-mate. Em contrapartida, produtos importados da Argentina e do Uruguai recebiam incentivos do governo.