A viagem que o prefeito Alceu Barbosa Velho fez à Coreia do Sul e um voto de congratulações proposto pelo vereador Jaison Barbosa/PDT motivaram um extenso debate sobre a situação da saúde, em Caxias do Sul, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (1º/08). A busca, por parte do Executivo municipal, de novas alternativas aos resíduos sólidos foi questionada pelo vereador Rodrigo Beltrão/PT. Para o petista, o sistema de saúde coreano também deveria ter sido observado.

Quanto ao voto de congratulações, destinado à Secretaria da Saúde e à unidade básica de saúde (UBS) Esplanada, pela implantação da marcação de consultas por telefone, recebeu críticas de diversos vereadores, devido à existência de uma lei que prevê tal atendimento para idosos e pessoas com deficiência. A legislação resultou de iniciativa do vereador Mauro Pereira/PMDB.

Beltrão considerou que a saúde está sendo desvalorizada pelo Executivo Municipal, uma vez que a viagem ao exterior não teria visado à observação de tais quesitos. Ele criticou a suposta apatia na solução dos problemas com os profissionais da saúde. Disse que o colapso do setor não seria problema de orçamento, mas, sim, de gestão pública.

O petista ainda mencionou a protocolização, por parte da bancada petista, de um projeto que prevê a fixação de quadros informando o nome, a especialidade e os horários dos médicos, nas paredes das UBS. Conforme o parlamentar, o cidadão poderia melhor fiscalizar o trabalho dos profissionais nas próprias unidades.

O líder do governo municipal na Casa, vereador Gustavo Toigo/PDT, afirmou que a busca por novas tecnologias, para a destinação de resíduos sólidos, é um investimento. Justificou que o Executivo busca aperfeiçoar o atendimento e promover a realização de todos os tipos de exames na cidade. Da mesma forma, Mauro disse entender que a destinação adequada de resíduos sólidos também é uma questão de saúde.

Guila Sebben/PP, por sua vez, citou a possibilidade de um pedido de informações ao Executivo sobre os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS). Mencionou que Caxias do Sul, apesar de ter 450 mil habitantes, atende cerca de um milhão de pacientes provenientes de 48 municípios vizinhos. Denise Pessôa/PT relatou que uma das queixas ouvidas na última edição do Câmara Vai aos Bairros, no dia 29/07, foi a falta de médicos. Para ela, não adianta a multiplicação de estruturas para as UBS, se não há profissionais para trabalharem nelas. Henrique Silva/PCdoB, da mesma forma, considerou que a cidade evoluiu no que se refere à saúde, mas não o suficiente para o porte da cidade.

Enquanto isso, Daniel Guerra/PSDB criticou o voto de congratulações proposto por Jaison. Ele cobrou o cumprimento da lei 7.362, de 11 de novembro de 2011, que estabelece a possibilidade de agendamento telefônico de consultas para pacientes idosos e para pessoas com deficiência. Para ele, propostas como o voto de congratulações contribuem para que a população tenha a imagem da Câmara como uma fonte de homenagens. Mauro observou que o objetivo de Jaison era elogiar para que mais UBS passassem a oferecer o serviço de agendamento de consultas.

Jaison justificou que, na UBS do bairro Esplanada, é feito um trabalho preocupado com a saúde e que todos os 55 funcionários daquela unidade são merecedores de mensagens de congratulações. Ele também reconheceu que a unidade necessita de melhorias, citando a falta de dois clínicos gerais. Pedro Incerti/PDT afirmou que a oposição estaria tentando municipalizar as crises, trazendo para Caxias do Sul os problemas nacionais.