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Maesa Cultural mobiliza a comunidade pela preservação de prédio histórico

O ato, promovido pela Comissão de Acompanhamento do Processo de Tombamento da Antiga Maesa/Fábrica 2, ocorreu neste sábado


Moradores, autoridades e representantes de entidades se mobilizaram, na manhã deste sábado (06/07), em torno da preservação histórica do prédio da antiga Maesa (Metalúrgica Abramo Eberle S.A.), no bairro Exposição, em Caxias do Sul. Chamado de Maesa Cultural, o ato público desta manhã foi promovido pela Comissão Temporária para Acompanhamento do Processo de Tombamento da Antiga Maesa/Fábrica 2, da Câmara Municipal.

Cerca de 50 participantes se concentraram na Rua Plácido de Castro, que ficou parcialmente fechada no intervalo das 10h às 12h. Além da mateada e das apresentações artísticas, que ficaram por conta de José Lopes e Grupo Cambona e de Paulinho Silva e Grupo Brega Brasil, a comunidade pôde aproveitar as atrações do ônibus Brincalhão, da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer.

O presidente da comissão temporária que aborda o processo de tombamento da Maesa, vereador Jaison Barbosa dos Santos/PDT, destaca que o evento Maesa Cultural procurou sensibilizar ainda mais a comunidade e também os agentes públicos sobre a relevância de transformar o espaço num patrimônio histórico que faz referência à memória do trabalhador local. A ideia, conforme o pedetista, é potencializar a área, fazendo com que vire um ponto de atividades que estimulem a participação dos caxienses.

"O que vemos aqui é a memória do trabalho, pois pela Maesa passaram muitos trabalhadores que, com suas famílias, auxiliaram Caxias do Sul a se desenvolver. Por meio deste ato, expressamos nossa mensagem de carinho e trazemos um abraço a este prédio que faz parte da história de nossa cidade, por isso merece ser preservado. Nós acreditamos que o Estado, em parceria com o município, pode aqui fazer algo em benefício do patrimônio histórico", defende Jaison.

A estrutura física da antiga fábrica 2 da Maesa pertence ao Estado - o repasse ocorreu em 2010 para quitar dívidas da empresa Mundial S.A. - e está alugada para o Grupo Voges, que tem um acordo para ficar até final de 2014. No momento, a administração municipal de Caxias do Sul busca uma parceria com a Procuradoria Geral do Estado (PGE) para ocupar a área e oferecer serviços à comunidade.

Jaison explica que a saída ideal seria uma cessão de uso de parte do Estado para o município. De acordo com o parlamentar, recentemente, houve uma reunião entre as duas instâncias governamentais e decidiu-se criar uma comissão técnica para tentar encontrar a alternativa mais adequada, já que o valor do complexo de 54 mil m² está estimado em R$ 150 milhões. De acordo com o vereador, no dia 15 deste mês, haverá uma audiência pública, na Câmara de Vereadores, para dar continuidade ao debate relacionado ao prédio da antiga Maesa. O horário do encontro será definido e informado à população nesta semana.

Também presentes ao ato público deste sábado, o presidente da Câmara, Edson da Rosa/PMDB, e os vereadores, Daniel Guerra/PSDB, Guilherme Guila Sebben/PP, Neri Andrade Pereira Junior (Neri, o carteiro)/DEM e Raimundo Bampi/PSB valorizaram o envolvimento do Legislativo na luta pelo cuidado com a memória material e imaterial da comunidade caxiense. De acordo com Edson, a Câmara enquanto instituição precisa estar atenta às demandas da população, e a preservação de um patrimônio como a Maesa é, na sua opinião, um desejo da comunidade. O vereador Daniel Guerra/PSDB tem observado de perto essa mobilização comunitária. Segundo o parlamentar tucano, a partir de agora, é preciso sensibilizar o governo do Estado a ceder o prédio para Caxias. "Nosso dever é preservar a memória e a história da cidade", frisa.

Na mesma linha, Guilherme Guila Sebben/PP desenvolve seu raciocínio. O vereador elogiou a realização da Maesa Cultural. Para o progressista, esse ato público contribui para envolver ainda mais a comunidade nessa causa e para mostrar ao Estado que a população caxiense e o município estão dispostos a zelar por seu patrimônio e sua história.

Neri Andrade Pereira Junior (Neri , o carteiro)/DEM acredita que, daqui para frente, os esforços devem ser direcionados a agilizar uma negociação entre Piratini e prefeitura. Já o vereador Raimundo Bampi/PSB tem enfatizado que o prédio da fábrica 2 da Maesa oferece plenas condições de sediar um mercado público, potencializando tanto a produção rural como as atividades artísticas promovidas na cidade. Além desse destino, outras ideias estão sendo cogitadas pelos caxienses.

O presidente da União das Associações de Bairros (UAB), Valdir Walter, lembra que a entidade foi uma das primeiras a pedir o tombamento da Maesa. Ele sugere usar o espaço para acolher TVs e rádios comunitárias, além de servir para grupos carnavalescos promoverem reuniões. Em relação a essa última dica, ele propõe, ainda, trazer os desfiles de Carnaval para a Rua Plácido de Castro. Hoje, os desfiles ocorrem na Rua Sinimbu.

A dona de casa e moradora do bairro Planalto Rio Branco Blondina Ladvig, 42, soube do ato público e decidiu prestigiá-lo junto com um familiar. Na sua visão, a estrutura da Maesa deveria servir para lazer e turismo. "O prédio é muito grande e pode ser usado para muitas atividades que beneficiem a população. Mas o importante mesmo é que isso tudo seja preservado e bem cuidado", pontua.

Entre as entidades que apoiaram a Maesa Cultural, destacam-se: Prefeitura Municipal de Caxias do Sul, União das Associações de Bairros (UAB), Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), sindicatos dos Metalúrgicos, dos Comerciários, dos Trabalhadores Rurais e dos Trabalhadores Desenhistas do Rio Grande do Sul, Associação das Entidades Carnavalescas, Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural e Ecocaxias.

   Representando a prefeitura de Caxias, também compareceram ao encontro os secretários municipais da Cultura, João Tonus; do Esporte e Lazer, Washington Stecanela Cerqueira; do Planejamento, Gilberto Boschetti; e do Urbanismo, Fábio Scopel Vanin.

Além do presidente Jaison, integram a Comissão Temporária para Acompanhamento do Processo de Tombamento da Antiga Maesa/Fábrica 2 os vereadores Daniel Guerra/PSDB, Denise Pessôa/PT, Flávio Dias/PTB, Henrique Silva/PC do B, Jó Arse/PDT, Mauro Pereira/PMDB, Neri Carteiro/DEM e Raimundo Bampi/PSB.

06/07/2013 - 16:01
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul


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