A manifestação que aconteceu durante a sessão ordinária da última terça-feira (18/06) repercutiu no pronunciamento dos vereadores Renato Nunes/PRB e Mauro Pereira/PMDB, durante a plenária desta quinta-feira (20/06). Os parlamentares divergiram quanto ao uso da palavra por parte dos parlamentares, no decorrer daquela sessão.

Nunes criticou a postura de alguns vereadores que, na sua opinião, utilizaram-se demasiadamente da palavra, sem escutar as demandas da população que veio ao Legislativo. Também reclamou da "propaganda de projetos" feita por alguns legisladores, considerando aquele como um momento inoportuno. 

Na avaliação do vereador Henrique Silva/PCdoB, a colocação de Nunes é adequada. Considerou esclarecedora a forma como ele trouxe a postura da Casa durante a manifestação da comunidade. Lembrou que a presidência e os vereadores se reuniram para conversar sobre como os manifestantes seriam melhor recebidos durante a sessão. "Decidimos que precisávamos escutar, mas, infelizmente, nem todos conseguiram entender isso", lamentou.

Jó Arse/PDT, também favorável à discussão, pediu que Nunes nomeasse os parlamentares que se excederam no uso da palavra, a fim de gerar clareza aos cidadãos. Diante disso, Nunes citou os vereadores Mauro Pereira/PMDB, Daniel Guerra/PSDB e Edi Carlos/PSB.

Mauro Pereira/PMDB justificou que havia se preparado para falar sobre o cartaz da Festa da Uva 2014 e sobre os 100 anos do Esporte Clube Juventude, tendo realizado exatamente o que tinha se proposto. Questionou o que os manifestantes pensariam se ninguém falasse nada durante a sessão. Revelou não ter problemas com vaias, porque é uma forma de expressão dos presentes sobre os assuntos discutidos. Também lembrou que uma das reivindicações dos manifestantes era a alteração do horário das sessões para as 18h, projeto protocolado pelo vereador na última quarta-feira (19/06).

Guerra, também em resposta, comentou que havia sugerido que todos pudessem se inscrever e falar por dois minutos, durante a reunião com os parlamentares acontecida antes da plenária. O presidente da Casa, vereador Edson da Rosa/PMDB, esclareceu que sempre convoca os demais vereadores quando há uma decisão envolvendo a Câmara. "Tivemos duas propostas de como proceder no decorrer da sessão e, entre elas, ficou acordada a concessão da palavra aos manifestantes, tudo dentro do regimento interno", ponderou. Edson ainda informou que, na segunda concessão da palavra aos protestantes, houve consentimento dos líderes de todas as bancadas.

Pedro Incerti/PDT, por sua vez, questionou a posição dos que protestaram a respeito do horário das sessões. Conforme o parlamentar, entre as mais de 300 pessoas que compareceram ao plenário na terça-feira, poucas estiveram na Câmara em outras ocasiões. Já o vereador Rodrigo Beltrão/PT aproveitou a oportunidade para comentar a postura do governador Tarso Genro/PT quanto aos protestos pelo país. De acordo com o vereador, Tarso Genro elogiou as manifestações e afirmou que o papel da Brigada Militar é proteger as pessoas, auxiliando os manifestantes.