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Humanização do nascimento é defendida em seminário

Especialistas apresentaram alternativas ao parto cesáreo


A humanização do nascimento e as inúmeras alternativas de partos não cirúrgicos permearam a manhã de discussões deste sábado (11/08), no plenário da Câmara Municipal de Caxias do Sul. O Seminário de Humanização do Nascimento, promovido pela Comissão de Legislação Participativa e Comunitária (CLPC) da Casa, iniciou na noite de ontem e contou com a explanação de diversos especialistas.

A representante do Núcleo de Parteria Urbana, Melania Amorim, abordou a assistência ao parto baseada em evidências, e apresentou matérias e pesquisas sobre o tema, enfatizando as Revisões Sistemáticas da Biblioteca Crochrane. Segundo ela, o parto em ambiente cirúrgico deveria ser evitado, priorizando o atendimento em locais alternativos, como casas ou centros de parto ou mesmo na própria residência da gestante. Para que esse procedimento ocorra de forma sadia e segura, conforme Melania, é importante que haja planejamento e acompanhamento de profissionais especializados.

O parto natural, de acordo com a expositora, respeita a autonomia da mulher e está associado a uma redução no número de intervenções cirúrgicas, queda na mortalidade fetal e no tempo do parto em relação a uma cesariana, levando até 99 minutos a menos. A forma de atendimento defendida por ela prima por métodos alternativos de alívio da dor, como acupuntura ou hipinose, evitando, ao máximo, métodos farmacológicos.

Uma abordagem histórica acerca do tema foi feita por Ricardo Jones, da Rede pela Humanização do Parto e do Nascimento (Rehuna). Jones lembrou que, até o início dos anos 1990, todas as mães davam à luz em casa, o que começou a mudar em 1930, com a hospitalização do nascimento. Essa mudança, segundo ele, foi traumática, já que a adrenalina, produzida pelo organismo feminino, no ambiente hospitalar, ativa mecanismos de tensão que dificultam o parto e acarretam mais sofrimento para mãe e bebê.

Jones lamentou que o parto tenha sido transformado em um ritual, ignorando as influências culturais e diferenças humanas. Defendeu que cada mulher possa escolher a maneira de parir que mais esteja em sintonia com seus valores. A ideia é oferecer às pessoas a vivência mais profunda desse momento, de acordo com as suas próprias vivências e não com as do sistema, explicou.

Por acreditar que o nascimento é mais que um evento médico, mas um evento humano, Jones ressaltou a importância dos maridos estarem presentes ao momento em que o bebê vier ao mundo, fortalecendo os vínculos e as relações da família. Conforme ele, estudos relacionam a presença do pai, no nascimento, à queda dos índices de violência doméstica, uma vez que o homem passa a valorizar e respeitar muito mais a mulher, a partir da experiência que dividiram durante o parto.

A presidente da CLPC, vereadora Denise Pessôa/PT, informou que a comissão encaminhará um relatório do seminário aos hospitais da cidade e à Secretaria Municipal da Saúde. Ela não descartou, ainda, a possibilidade de ocorrerem novos encontros para tratar do assunto. Para a vereadora, é importante trabalhar na conscientização das mulheres, mostrando que existem outras formas de parir, que inspiram mais segurança e menos sofrimento, oportunizando que a mulher escolha o que melhor lhe convier.

Além de Denise, integram a Comissão de Legislação Participativa e Comunitária os vereadores Ana Corso/PT, Daniel Guerra/PSDB, Renato Nunes/PRB e Rodrigo Beltrão/PT.

11/08/2012 - 13:32
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul


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