A atuação e a credibilidade dos partidos políticos, na sociedade brasileira, motivaram debates entre os parlamentares, na sessão ordinária desta terça-feira (28). Os vereadores, que se pronunciaram no plenário, lamentaram o suposto distanciamento entre partidos políticos e sociedade. Eles discutiram à luz de uma pesquisa do Instituto Data Folha, pela qual 59% dos jovens, de 18 a 24 anos de idade, não têm qualquer preferência partidária.

Coube ao vereador Renato Nunes/PRB trazer o assunto à pauta. Segundo ele, a falta de ideologia dos partidos, a ausência da manutenção de lideranças partidárias e as siglas que trocam apoios por cargos são determinantes para que ocorra essa descrença política. O republicano concedeu destaque aos dados que apontam que o desinteresse aumenta na medida em que a classe social diminui.

Incentivando a aproximação das organizações políticas com a população, o tucano Francisco Spiandorello lamentou que, na história da democracia brasileira, as ideologias políticas estejam em decadência. Citou que todos os movimentos relevantes, no Brasil, foram promovidos por entidades políticas.

Conforme o vereador Marcos Daneluz/PT, deveria acontecer uma profunda reflexão sobre o papel da política, na sociedade. Incentivou a reforma política brasileira, como forma de reestruturar o modelo praticado hoje. Entre os aspectos da atual legislação, apontou ser contrário à possibilidade de uma autoridade renunciar a seu mandato, para se candidatar a outro cargo político. A opinião foi compartilhada pelos colegas petistas Ana Corso e Rodrigo Beltrão.

O vereador Gustavo Toigo/PDT abordou outra pesquisa. Mencionou que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) verificou que, entre a população, os maiores graus de confiança são depositados nas Forças Armadas, na igreja Católica e no Ministério Público. Segundo o pedetista, os partidos políticos estão em último lugar, no levantamento de dados. Afirmou que as entidades políticas devem estar mais atentas aos movimentos populares. Na mesma linha, o vereador Vinicius Ribeiro/PDT ponderou que os partidos têm a função de colher as demandas da população.