O assassinato do ex-segurança negro George Floyd, nos Estados Unidos, e a repercussão das manifestações contra o racismo, no mundo, ganharam ênfase no pronunciamento do vereador Edson da Rosa/PP, no grande expediente da sessão ordinária desta terça-feira (02/06). O parlamentar destacou que esses casos, que vieram à tona nos últimos tempos, não significam um aumento do número de negros mortos ou de violência contra a população negra, mas, sim, que o racismo está sendo mostrado pelas redes sociais. “As redes sociais, agora, dão visibilidade às atrocidades que acontecem em função da discriminação racial”, pontuou.

Edson apresentou um exemplo de um imigrante angolano que, em uma abordagem policial em Gravataí, foi confundido com outra pessoa e preso. O imigrante foi libertado ontem, de acordo com o parlamentar. “Eu trago isso porque chega de intolerância. A dor do outro não é fácil de a gente sentir”, afirmou.

Como forma de tentar evitar a propagação do preconceito, Edson sugere que as pessoas evitem reproduzir conteúdos e falas racistas, além de procurar ensinar aos outros sobre o racismo e conscientizar o maior número de pessoas possível.

Em aparte, a vereadora Paula Ioris/PSDB afirmou que é necessário que cada pessoa mude o seu comportamento em relação às minorias para que a sociedade, num todo, possa mudar. Para ela, os vereadores, como líderes na comunidade, devem trabalhar para mudar essa situação. Para Rafael Bueno/PDT, as manifestações que ocorreram nos Estados Unidos e no mundo representam uma ebulição social que ocorre há tempos. Ele destacou que o combate ao racismo e à intolerância inicia na eleição, quando a população escolhe candidatos que compactuam com esses pensamentos.

Para o vereador Edson da Rosa, a luta contra o racismo não deve ser politizada e partidalizada. “Em época de eleição, negro, pobre, mulher, índio, e tantos outros assuntos estão em voga, mas na prática é diferente”, afirmou. O parlamentar destaca que o racismo e a intolerância vão muito além do partidarismo e que não vê essa discussão latente na sociedade.

O vereador Velocino Uez/PTB, em aparte, declarou que, infelizmente, Caxias do Sul ainda tem uma cultura muito preconceituosa, seja com negros, imigrantes e pessoas do interior. Arlindo Bandeira/PP parabenizou o colega de bancada pelo assunto tratado no grande expediente e afirmou que, assim como falou o vereador Velocino Uez/PBT, também acredita que exista muito preconceito na região.