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Rogério de Mello, dono de bancas de jornais e revistas, emociona-se ao receber Prêmio Caxias do Sul

Homenagem proposta pelo vereador Rafael Bueno ocorreu na Praça João Pessoa, em São Pelegrino, nesta quarta-feira


Os mais de 40 anos vividos pelo comerciante Rogério de Mello à frente de sua banca de jornais e revistas foram relembrados em um clima de emoção, agradecimento e esperança na tarde desta quarta-feira (10/07), quando recebeu da Câmara Municipal o Troféu Caxias do Sul, proposto pelo vereador Rafael Bueno/PDT. Na homenagem, estiveram vereadores, familiares, outros donos de bancas da cidade, amigos e comunidade. Todos se mostraram solidários com Mello, que está na iminência de ter que deixar seu estabelecimento, na Praça João Pessoa, em São Pelegrino, a partir de uma decisão do município em fechar as bancas - além dele, mais três estão atuando em Caxias do Sul.  Além de Bueno, participaram da homenagem os vereadores Adiló Didomenico/PTB, Alberto Meneguzzi/PSB, Paula Ioris/PSDB, Paulo Périco/MDB, Rodrigo Beltrão/PT e Velocino Uez/PDT, além das assessorias de outros parlamentares.

Rafael Bueno falou em nome do Legislativo. No começo de abril, o pedetista foi um dos primeiros parlamentares a trazer ao plenário do Legislativo a situação das bancas de revistas que estavam na iminência de serem fechadas. Para Bueno, retirar as bancas é acabar com um momento de lazer, integração comunitária, porque elas fazem parte da história da cidade.

"As bancas de revistas são locais que impulsionam a informação, a convivência, a troca de ideias, a cultura, os costumes e a identidade de um município. Em quase todas as cidades temos locais assim, que precisam ser estimulados e não cerceados, restringidos. As cidades têm problemas maiores para resolver e não se deve punir as pessoas que desejam trabalhar honestamente", frisou Bueno, também agradecendo a todos que estão engajados nessa luta.

Uma das duas filhas de Mello, Robenise, falou em nome da família e dos amigos do comerciantes. Ela também entregou uma placa em homenagem ao pai. Emocionada, agradeceu pelo trabalho e comprometimento de Mello com sua atividade.

"Comprometido com a comunidade, meu pai conquistou o respeito dos comerciantes das redondezas e grandes amizades foram sendo construídas com o tempo. Mas meu pai não é apenas o Mello da banca de revistas, ele é amigo fiel, pai carinhoso e sempre parceiro, meu melhor amigo, avô coruja, irmão valioso, mestre de cálculos e dos negócios. É aquela pessoa que muitas vezes se importa mais com os outros do que consigo mesmo, é um ser humano incrível que não mede esforços por aquilo que acredita e por quem acredita", disse a filha, emocionada.

Emocionado, Mello agradeceu a homenagem e o reconhecimento ao seu trabalho e de todos os donos de bancas.

"Com convicção posso afirmar o quanto é importante para a comunidade uma banca de revistas. Uma prova disso foi a quantidade expressiva e superlativa de assinaturas contra a retirada das bancas na cidade em poucos dias. Uma mobilização impressionante de toda comunidade em depoimentos expressos e escritos em sites. Esse reconhecimento nos motiva a continuar por mais 40 anos", discursou o comerciante de 65 anos.

O escritor Arthur Della Giustina, 18 anos, fez questão de preparar um poema, entitulado "Um jardim não vive sem cultura" e recitou durante a homenagem. Para ele, o tema é de interesse de todas as pessoas, que precisam se mobilizar. Um trecho do poema:

"As banquinhas são do nosso coração!
Constroem um universo ao seu redor!
Florescem a cada nova manhã,
a cada nova revista,
a cada novo sorriso de quem lá se abriga!"

Na Justiça
Rogério de Mello e outros donos de bancas estão buscando na Justiça o direito de permanecer nos locais de trabalho aceitando, inclusive, as regularizações que a prefeitura resolver encaminhar. Porém, o município está irredutível. Uma audiência na Justiça, em 24 de abril, definiu que as bancas poderão ficar nos locais por 90 dias a contar daquela reunião. Um abaixo-assinado foi encaminhado ao Executivo solicitando a permanência das bancas. Em abril, a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) enviaram ofício ao prefeito Daniel Guerra manifestando a preocupação das entidades com a decisão de fechar os estabelecimentos.

Projeto de lei
Está tramitando no Legislativo projeto de lei de autoria dos vereadores Edio Elói Frizzo/PSB, Paulo Périco/MDB e Rafael Bueno/PDT que reconhecem as bancas de jornais e revistas como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial no município de Caxias do Sul. O projeto foi protocolado no Legislativo, em 23 de abril, e encaminhado ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (Compahc), em 29 de abril, para que se manifestasse sobre o tombamento.

* Redator: jornalista Daniel Corrêa

10/07/2019 - 17:12
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul


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