Voltar para a tela anterior.
Promover um momento de informação, acolhimento e debate foi o objetivo do 2º Seminário Saúde, Maternidade e Contemporaneidade, realizado pela Procuradoria Especial da Mulher (PEM) do Legislativo caxiense em parceria com o Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG). Palestrantes de diferentes áreas explanaram os temas durante o evento, que aconteceu nesta quarta-feira (08/05), na sala Premium da FSG.
As advogadas Camila Colle e Érica Susin Scopel abordaram alguns direitos que a mulher tem durante a gestação, durante o parto e no pós-parto. Destaques foram direcionados para: pensão alimentícia durante a gravidez, direito aos remédios, direito de acompanhante e de doula, licença maternidade e salário maternidade, estabilidade da gestante no retorno ao trabalho, além de saídas para amamentação.
Para elas, o benefício menos conhecido e respeitado é a pensão alimentícia durante a gravidez. Previsto pela lei 11.804/2008, dá direito à mulher de receber um benefício custeado pelo futuro pai, mesmo que não esteja em um relacionamento com ele. Ela só precisa comprovar que, no período de fertilização, manteve um relacionamento com a pessoa.
Larissa Simon, consultora Materno-Infantil, falou sobre o ato de amamentar como forma de resistência. Conforme ela, existe uma ideia equivocada e romantizada sobre a amamentação. Além de resistir à má orientação dos profissionais da saúde, Larissa acredita que existe um contexto social que não favorece as mamães.
“Muitas vezes mães não são bem aceitas nos ambientes, elas são constrangidas por amamentar, principalmente em público ou com bebês maiores. Temos que enfrentar um enorme preconceito de pessoas que acham que queremos expor os seios e não alimentar nossos filhos”, explica. Ela complementa afirmando que, geralmente, os seios femininos só são bem vistos quando sexualizados.
Durante o evento, Constiana Barbosa Moreira, 21 anos, amamentava seu bebê de apenas três meses. Ela conta que, apesar de não ter o costume de amamentar em público, se sentiu desconfortável em uma ocasião em que amamentava no atendimento de saúde e um homem ficou olhando para seu peito. Situações como essas revelam que ainda há muito para ser debatido.
Conforme a consultora, existe uma indicação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que a criança receba apenas leite materno até os seis meses e, depois, leite materno junto à complementação alimentar até os dois anos ou mais. Porém, ela adverte que depende de cada mulher, cada realidade, cada criança. “Amamentação tem que ser uma escolha da mulher, inclusive, o direito de não amamentar. Só que a gente só pode fazer escolhas conscientes quando temos informação”, defendeu.
Também houve abordagem sobre a humanização do nascimento e cuidados com o recém-nascido, com a coordenadora de enfermagem da área materna infantil do Hospital Pompéia, Mônica Madeira. Ela falou sobre mudanças que estão acontecendo em relação à conduta técnica ou humanizada, direitos da mulher e tratamento no período parto e pós-parto. “Houve uma revisão de cultura e já repercutiu na comunidade caxiense. Estudamos e alteramos práticas. As mulheres relatam que se sentem mais respeitadas”, afirma.
Por fim, a fonoaudióloga Danielle Peres Toigo, falou sobre a comunicação não violenta na reação dos profissionais com as famílias. A PEM é formada pelas vereadoras Denise Pessôa/PT (procuradora), Gladis Frizzo/MDB, Paula Ioris/PSDB e Tatiante Frizzo/SD.