O Grande Expediente da Sessão Ordinária desta terça-feira (11/04) foi aberto pelo vereador Édio Eloi Frizzo/PSB e tratou dos primeiros 100 dias daquilo que considera “desgoverno Guerra". Citando a máxima “de onde se espera daí mesmo que não sai nada”, o vereador disse que o modelo adotado pelo prefeito que, segundo seu discurso de campanha, deveria ser sociedade anônima com 500 mil acionistas, transformou-se numa empresa familiar limitada que não consegue estabelecer diálogo com a sociedade. Entre os exemplos, a preocupante situação do Sistema Único de Saúde, conforme denunciado na Tribuna Livre pelo presidente da Federação Nacional dos Médicos, Jorge Derze.

Frizz elencou vários episódios de comportamento monárquico de Daniel Guerra e criticou o discurso de desconstrução ofensiva seguido pela nova administração e veiculado pela imprensa, como fez em sua coletiva dobre os 100 dias da gestão. Discorreu sobre o desempenho do secretariado tratado como técnico, mas sem conhecimento do serviço público; a mistificação do papel dos CCs na máquina pública; a renúncia de receita que praticou ao reduzir demagogicamente o percentual de aumento da tarifas do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae); e a condução do processo de reajuste das tarifas do transporte coletivo que deve gerar passivo financeiro para o município. O socialista alertou para a possibilidade, na sua opinião cada vez mais presente, de que já existem indícios de crime de responsabilidade por parte do prefeito municipal.

Em aparte, o vereador Renato Oliveira/PCdoB ironizou publicação das fotos oficiais da equipe de governo, a segunda delas sem o vice Fabris e com o vereador Chico Guerra/PRB como se integrasse o secretariado municipal. O vereador Gustavo Toigo/PDT manifestou sua preocupação especialmente em relação à saúde pública, que foi muito bem cuidada no governo Alceu e que, pelas informações que chegaram à Casa, corre o risco de um grande retrocesso.

Ao final de seu pronunciamento, o vereador Elói Frizzo disse que a forma como Daniel Guerra conduz os destinos do município não o surpreende, pois teve a oportunidade de conhecê-lo nos últimos 12 anos, desde o tempo em que o prefeito foi secretário de Turismo no governo Sartori e oito anos na Câmara. Mas considera possível que, depois de 100 dias, boa parte da população esteja sendo pega de surpresa pela característica de gerar conflitos demonstrada pelo prefeito.