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Falta de diálogo do Executivo é destaque em plenário

Tema foi tratado em declarações de líderes de partidos


Falta de diálogo e omissão da administração municipal, segurança pública, saúde, projeto de torcida mista no clássico Ca-Ju e habitação para famílias foram destaques em declarações de líder no grande expediente da Câmara Municipal nesta terça-feira (14/03).

O vereador Renato Oliveira/PCdoB foi o primeiro a levantar a questão da falta de diálogo do Executivo com a população. Para isso, citou a ausência do prefeito Daniel Guerra/PRB na reunião-almoço com o secretário estadual de Segurança Pública, Cézar Schirmer, na Câmara de Indústria Comércio e Serviços (CIC) na segunda-feira.

“Há poucos dias, assassinaram uma funcionária pública na cidade. Na campanha, nosso prefeito dizia que segurança pública era uma de suas prioridades, assim está demonstrando ao contrário e sendo omisso ao não ir à CIC”, comentou Renato, que em apartes teve apoio na mesma linha dos parlamentares Adiló Didomenico/PTB e Rodrigo Beltrão/PT.

Também em aparte, Rafael Bueno/PDT revelou que o Executivo se negou a disponibilizar viatura da Guarda Municipal para o vice-prefeito Ricardo Fabris/PRB e 14 servidores irem a São Francisco de Paula prestar ajuda à comunidade vítima do forte vendaval.

“Quando se diz que o município esteve presente em São Francisco de Paula, não é verdade. A ação foi exclusiva do vice-prefeito. Só foi possível a ida porque o comando da Brigada Militar colocou um ônibus à disposição”, afirmou Rafael.

Ainda na declaração de líder, Renato Oliveira disse que o prefeito proibiu médicos de utilizarem o estacionamento de veículos sob o Pronto-Atendimento 24 Horas e que ficou preocupado ao saber que reuniões de lideranças comunitárias deixaram de ocorrer na sede da União das Associações de Bairros (UAB) para serem realizadas no Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv).

Na declaração de líder do PT, Denise Pessôa também trouxe uma situação sobre falta de diálogo do Executivo. Levou à tribuna o impasse sobre inclusão de 23 famílias da área invadida às margens da Rota do Sol para apartamentos populares.  O terreno fica entre terras pertencentes ao Daer e particulares.

Conforme Denise, a remoção das famílias estava acertada na administração passada, mas a nova secretária de Habitação, Tatiane Zambelli, entende que elas não têm direito ao benefício. Houve uma reunião entre a Comissão de Direitos Humanos, com a presença da secretária e procuradores do município, na qual a secretária teria escolhido quais vereadores participariam e não demonstrado empenho em resolver a questão.
“Ela não demonstrou vontade de incluir as famílias ao loteamento. Ela não tem vontade de incluir pessoas pobres”, disse Denise.

Em aparte, o presidente da Comissão, Rodrigo Beltrão/PT foi enfático:
“A secretária não tem condições de permanecer no cargo. Não tem sensibilidade, não tem respeito pelo Legislativo. Na sua arrogância, desconhece que o município é o mesmo já havia se manifestado em favor das famílias”.

Em declaração de líder do PTB, o vereador Flávio Cassina trouxe preocupação pelo fato do Executivo não ter candidatado Caxias do Sul para receber um presídio federal. Ressaltou que o município tem área compatível à exigida e que se está perdendo oportunidade.

“O presídio federal é com investimento todo federal. Poderia ser perto do atual presídio, na altura da Rota do Sol. Durante a obra, serão gerados 250 empregos e, depois, 400 diretos. É urgente a prefeitura se candidatar. Sete ou oito municípios já correram na frente”, comentou Cassina, seguido de Adiló Didomenico que também citou a área perto da Rota do Sol, no Apanhador, e ponderou que o presídio seja agrícola.

Em aparte, Elói Frizzo/PSB se manifestou que na questão do presídio federal o Legislativo mais uma vez protagoniza um tema público que deveria ser encabeçado pela prefeitura.

“O protagonismo da Câmara é importante, mas o principal tem de ser do Executivo. Na medida em que puxamos a responsabilidade, temos ônus e bônus, mas no Legislativo temos muitas limitações para montar parcerias, convênios e tomar outras providências”, comentou Frizzo.

O socialista divulgou que prepara um pedido de informações para saber o motivo de, a dois meses do encerramento do prazo, o prefeito não ter encaminhado ao Senado um projeto construído há seis anos para a cidade receber mais obras do Programa de Asfaltamento do Interior (PAI).

Ainda na declaração de líder do PTB, o pedetista Rafael Bueno defendeu investimento em educação em vez do sistema carcerário. que a cidade

Em declaração do PSDB, Paula Ioris usou números do aumento de assassinatos para cada 100 mil habitantes e defendeu a construção de presídios.

“Para aplicar leis que já existem, como a de triagem de presos, precisa mais vagas. Para ter política efetiva, é preciso mais espaço. Há 20 anos que não se constroem vagas”, comentou a tucana, fazendo a ressalva que apesar de sua opção por mais investimento carcerário não deixa de valorizar a educação e a prevenção.

Gladis Frizzo/PMDB colocou em dúvida a eficácia dos presídios e dos centros de recuperação de adolescentes infratores.

Na declaração de líder do PDT, Velocino Uez apresentou seu projeto de lei que cria torcida mista nos estádios da cidade no clássico Ca-Ju.

“Protocolei o projeto junto com representantes do Caxias, do Juventude e da Brigada Militar. Ele cria local específico do Ca-Ju chamado Cadeira da Paz, contribuindo para a harmonia entre famílias e amigos que hoje têm de ficar em lados opostos no dia do clássico”, explicou Uez, acrescentando que a proposta prevê 150 desses lugares especiais nos estádios e que nesse espaço a segurança seria privada.

Em declaração de líder do PP, Arlindo Bandeira lamentou a tragédia em São Francisco de Paula e que no domingo, no momento do vendaval, estava na região e sentiu efeitos do fenômeno com um grupo de amigos.

Bandeira também citou suas realizações e trabalho pelo interior do município, em resposta ao vereador Alberto Meneguzzi/PSB, que no grande expediente pediu mais empenho de parlamentares ligados à zona rural para aumentar o orçamento municipal dessa área. 

Na declaração de líder do PSD, Kiko Girardi tratou da infraestrutura precária da Unidade Básica de Saúde de Ana Rech.

“O prédio tem mais de 30 anos. O espaço físico é inexiste e insalubre. E falta organização na UBS, porque um médico está de férias e o outro, de licença médica, sairá de férias”, declarou Kiko, que aproveitou para defender a terceirização de funcionários para o Executivo abrir a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Zona Norte.

O petebista Alceu Thomé informou Kiko que há plano de instalação da UBS de Ana Rech no prédio do Clube Anarrequense.

Em aparte, Gladis Frizzo sugeriu a descentralização da UBS do Desvio Rizzo, que hoje atende 700 pessoas por dia e tem 40 mil usuários.

 

14/03/2017 - 14:55
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Clever Moreira - 8697

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