Voltar para a tela anterior.

Beltrão pede diálogo ao Prefeito e que Fabris reconsidere exoneração

Vereador vê crise institucional por falta de diálogo do Prefeito com a sociedade


Embora torcendo pelo êxito da atual Administração e apoiando a atitude do Prefeito Daniel Guerra de exigir que os médicos batam ponto, o líder da bancada do PT na Câmara de Vereadores, Rodrigo Beltrão, criticou a falta de diálogo e de uma visão mais ampla no encaminhamento de soluções para a área da saúde. Ele falou durante o Grande Expediente da Sessão Ordinária desta terça-feira (07) do Legislativo caxiense.

O vereador sustenta que o aspecto do ponto é antigo, o MP está a par, mas para superá-lo não há outro caminho a não ser dialogar com o SINDIDERV e também com o Sindicato dos Médicos. Discordou do uso do marketing institucional para produzir uma gravação que tem como fonte a própria Prefeitura, agravando as relações com os profissionais, num viés populista já notado em outras ocasiões.

Beltrão disse que o discurso de Daniel Guerra criou expectativa positiva quanto ao futuro da saúde, mas que, baseado nas administrações da Frente Popular, saúde se faz trabalhando em equipe e não de forma personalista. E lamentou que a promessa de funcionamento da UPA, anunciado como compromisso de início de governo, esteja se perdendo.

Ao analisar o impasse na área da saúde com a grave situação já apontada pelo MP quanto a falta de vagas nas escolas, mais a questão do transporte coletivo, Rodrigo Beltrão avalia que há uma crise institucional instalada com graves consequências para o município e tudo pela falta de diálogo do Prefeito com as partes envolvidas. E percebe que este comportamento já alcança outros órgãos do governo que estabeleceu condições para uma audiência apontando quem poderia participar.

Rodrigo Beltrão considerou ainda que a decisão do vice prefeito, Ricardo Fabris de Abreu, de anunciar sua exoneração, é algo sem precedentes porque tanto o prefeito como o vice tem mandatos institucionais e a figura do vice é da maior importância porque garante estabilidade política a um governo. Lembrou que Fabris, embora eleito pela mesma chapa e sendo do mesmo partido foi sempre desdenhado pelo Prefeito, recordando que nas gestões petistas o vice era figura relevante, ocupando secretarias de destaque como ocorreu com Justina Onzi e Mariza Formolo. E relatou o episódio envolvendo o vice prefeito Antonio Feldmann, cuja atitude o PT criticou por não assumir, justamente pela necessidade de garantir a estabilidade da Administração.

O vereador petista enfatizou o papel de interlocutor da Administração desempenhado com dedicação pelo vice Ricardo Fabris. Ele representa o diálogo entre o Executivo e o Legislativo, razão pela qual Beltrão projeta dificuldades maiores num futuro próximo. Avalia como grave o comportamento de Daniel Guerra na medida em que não consegue dialogar com seu vice, não consegue dialogar com diretor de uma concessionária do município, não consegue dialogar com a União das Associações de Bairro, estabelece um padrão que mina a estrutura administrativa.

Com todos estes desencontros o vereador petista vê como mais grave a desestruturação da área da saúde, cujo impacto é sentido lá na ponta do atendimento, prejudicando os usuários do Sistema. Em aparte o vereador Gustavo Toigo/PDT disse que a saída do vice é um golpe nos eleitores que elegeram Guerra e Fabris para comandar a Prefeitura por grande margem e que a saída do vice cria insegurança jurídica e política.

O vereador Rodrigo Beltrão exigiu que o Prefeito Daniel Guerra utilize o diálogo para governar e superar a crise e apelou ao vice prefeito Ricardo Fabris para que reconsidere sua decisão de exonerar-se do cargo para o qual foi eleito. Finalizou citando filósofo Sócrates que ao aconselhar um de seus discípulos,  disse: “a sua vaidade se vê nas suas vestes”. E concluiu que a falta de humildade é a própria vaidade.

07/03/2017 - 11:33
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

Ir para o topo