As controvérsias sobre a tarifa do transporte público e os reflexos da manutenção do preço da passagem em R$ 3,40 foram tratados pelo vereador Flávio Cassina/PTB nesta terça-feira (07/02) em seu grande expediente na Câmara Municipal.

Cassina iniciou seu pronunciamento comentando que a tarifa atual é de R$ 3,40, enquanto o estudo de técnico da Secretaria Municipal dos Transportes determinou R$ 4,01 e a Visate, empresa concessionária do serviço, sugeriu R$ 4,25.

“A tarifa foi mantida pelo prefeito (Daniel Guerra/PRB) sem qualquer medida de compensação para atenuar efeitos como inflação, equipamentos, combustíveis, dissídios, tributos. Segundo um dos periódicos da cidade, houve queda de passageiros em 16% e as gratuidades aumentaram 29,58%. A Visate alega prejuízo de R$ 4 milhões”, comentou o petebista.

O parlamentar considerou que há muitas informações desencontradas no debate da tarifa e que deveria haver  equilíbrio na decisão, atendendo todas as partes envolvidas. Flávio Cassina entende que a tarifa poderia ser mantida ou até reduzida em condições financeiras normais, mas que há todo um contexto a ser levado em conta.

“Essa aventura, essa bravata do prefeito, custará caro à população. Qualquer um vê que é medida de palanque. Alguém pagará a conta. Ele esqueceu que está brincando com 100 mil pessoas por dia que usam o transporte”.

Flávio Cassina avalia que Daniel Guerra perdeu a oportunidade de discutir a tarifa com a comunidade para chegar a um denominador comum, atenuando custos. E deu sugestões para isso: “Isentar a empresa de ISS. Pode ir pensando no Refis, a renovação da frota pode ser mexida em vez de cinco anos, pode ser de seis, sete, por um período indeterminado”.

O petebista disse ainda que colocar mais de uma concessionária não resolve o problema do transporte coletivo. Citou exemplos de cidades onde mais de uma empresa oferece o serviço, mas que apesar disso há divergências em relação à qualidade e à tarifa.

O parlamentar encerrou seu pronunciamento fazendo uma reflexão: “Teremos tempos difíceis daqui para frente. Precisaremos ter muita maturidade aqui na Câmara. Em uma decisão que a gente toma, somos responsáveis por 500 mil pessoas. E quando no mandato maior de Caxias, na prefeitura, tomarmos uma decisão, vamos impactar com muito mais profundidade, com muito mais intensidade na vida das pessoas”.