A situação do transporte coletivo urbano, em Caxias do Sul, motivou debates em declarações de lideranças de bancadas partidárias, durante o grande expediente da sessão ordinária desta terça-feira (07/02). O vereador Elói Frizzo/PSB questionou que, com alterações nas chamadas conversões à direita do Centro e a liberação da faixa azul para carros, em todos os horários, o intervalo entre linhas aumentou. “Com isso, nas estações de transbordo do Floresta e do Imigrante, ocorrem acúmulos de ônibus. Antes, entre chegadas e saídas, trabalhava-se com a média de cinco minutos. O fluxo ficou prejudicado, sem dúvida”, observou Frizzo.

O socialista lembrou que, na última quinta-feira, no plenário da Câmara, a Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação, presidida por ele, promoveu audiência pública sobre o tema. Frizzo destacou que técnicos da Prefeitura não assinaram termos que corroboravam as mudanças.

Outro fator se voltou ao recente decreto do prefeito Daniel Guerra, que manteve o custo da passagem de ônibus local, nos atuais R$ 3,40, para 2017. Frizzo citou que técnicos haviam indicado uma correção na ordem de R$ 4,01. Para o socialista, o debate precisa se voltar aos critérios de gratuidade. “O benefício responde por um terço do valor da tarifa, mas só deveria ser utilizado por pessoas de baixa renda”, ponderou.

De acordo com o vereador Adiló Didomenico/PTB, o prefeito teria perdido a oportunidade de fazer uma discussão com a União das Associações de Bairros (UAB), sindicatos, Câmara e o Ministério Público. Disse que, na tarifa, 50% da quantia corresponde a custeio com pessoal (funcionários da concessionária Visate, a Viação Santa Tereza de Caxias do Sul).

Para o vereador Gustavo Toigo/PDT, a revisão das gratuidades é um tabu. O vereador Rafael Bueno/PDT alertou para um esclarecimento público sobre multas, no trânsito. O vereador Edson da Rosa/PMDB ressaltou que o Sistema Integrado de Mobilidade, o SIM Caxias, foi pensado ainda em 1997.

Outros temas também tiveram ênfase. O vereador Adiló comunicou ter feito indicação ao Executivo, pois, no próximo dia 28 de fevereiro, vencerá o prazo de três meses, dados pelo Ministério Público, para que a Prefeitura encaminhe uma regulamentação do uso de aplicativos, como o de transporte via Uber. O vereador Velocino Uez/PDT sinalizou para a necessidade de uma regularização do comércio de vendedores de flores, como foi articulado com haitianos, indígenas e senegaleses.