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Beltrão associa alta na violência ao desmonte da segurança pública

Vereador criticou a política de estado mínimo adotada pelo governador Sartori


O registro de 138 mortes violentas até esta quarta-feira (23/11), número recorde na história de Caxias do Sul, pautou pronunciamento do vereador Rodrigo Beltrão/PT na sessão desta quinta-feira (24/11) da Câmara Municipal. Ao lamentar a situação e propor reflexão sobre ações para amenizar este quadro, o petista associou o recrudescimento da violência à política do governo do Estado de reduzir os recursos para a segurança pública. “A redução nas horas extras dos servidores, o parcelamento dos salários e as viaturas sem manutenção integram política que visa ao Estado mínimo na segurança. Agora, temos uma terra de ninguém, com criminosos mais ousados, porque há convicção de que não serão punidos. O Estado tem sido perverso nesta área”, criticou.

O petista fez menção especial ao recente caso de violência ocorrido no interior de Caxias do Sul, em que 17 pessoas, dentre elas seis crianças, foram colocadas por criminosos em cárcere privado no furgão de um pequeno veículo. “Pode-se imaginar o trauma dessas pessoas”, observou. Também lembrou que das 138 mortes registradas na cidade, 66 envolvem jovens. E do total de crimes, apenas 44 foram elucidados. “Em todas as pesquisas que são feitas por diversos organismos públicos e privados, a segurança aparece como prioridade número um da população. O problema é que não se tem resposta alguma do Estado para resolver este colapso na segurança”, acrescentou.

Diante da situação, convocou a Câmara de Vereadores e demais setores da comunidade de Caxias do Sul a levantar a bandeira da segurança, cobrando soluções, como fez na luta pela Maesa ou pelo fim dos pedágios. “Esta cidade garantiu 80% dos seus votos ao governador Sartori nas eleições de 2014. Daqui precisa sair um movimento para cobrar soluções para a segurança, que está sucateada”, enfatizou.

Mas se manifestou contrário a propostas extremistas ou reacionárias, como as que atribuem a alta da criminalidade às leis brandas. Ressaltou ainda que não adianta encarcerar os criminosos em presídios sem estrutura física ou capacidade para atender questões básicas, como as de alimentos e itens de higiene, situações que favorecem a cooptação de presos por crimes de menor gravidade para delitos mais complexos, como tráfico de drogas e armas. “O Brasil tem a quinta maior população de presos do mundo. Proporcionalmente à população, deve ser a segunda maior”, citou. Segundo ele, é preciso investir na inteligência das áreas de segurança e debater, sem rótulos, penas alternativas para crimes de menor gravidade.

Em aparte, o vereador Gustavo Toigo/PDT afirmou ser favorável a um Estado necessário, nem mínimo, nem máximo, focado em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança. Segundo ele, não é aceitável que toda a responsabilidade seja atribuída ao Estado, pois a União não cumpre com suas obrigações, como a de fiscalizar as fronteiras para inibir o tráfico de drogas e armas. Também criticou o secretário da Segurança do governo passado, Airton Michels, pode ter devolvido à União o montante de R$ 18 milhões que deveria ser aplicado na construção de presídios.

O vereador Édio Elói Frizzo/PSB fez lembrança de entrevista concedida por delegado de polícia à imprensa de Caxias do Sul, nesta quinta-feira, onde reconheceu que a maioria dos crimes tem origem na disputa por pontos de tráfico, inclusive envolvendo facções de outras cidades. Por esta razão, deduziu que a elucidação destas mortes tem ficado em segundo plano. Frizzo defendeu ações, como o Programa Comissões Internas de Prevenção de Acidentes e Violência Escolar, para proteger crianças e adolescentes de criminosos, em especial de traficantes de drogas. “Esta política deu certo em Caxias do Sul. Temos de investir ainda mais nesta linha”.

24/11/2016 - 19:04
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): João Roberto Hunoff - MTE 5.247

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