Em pronunciamento na sessão ordinária desta quinta-feira (25/08) da Câmara Municipal, o vereador Edio Elói Frizzo/PSB convocou a classe empresarial de Caxias do Sul a participar ativamente da construção do Aeroporto de Vila Oliva. O seu entendimento é que as grandes e médias empresas devem se cotizar para apurar o valor de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões necessário para desapropriação da área de 240 hectares para a localização do aeroporto. “É hora de demonstrar grandeza e compromisso com Caxias do Sul. Precisa mudar o discurso de só reclamar e reivindicar, característica do nosso empresariado”, cobrou.

Garantiu que isto é possível, lembrando que o Samae, durante a sua gestão, desapropriou 500 hectares de áreas para preservação ambiental. Também indicou série de obras feitas pelo poder público, como o asfaltamento do interior, as estações de tratamento, o abastecimento de água e os investimentos em saúde acima dos limites constitucionais.

Entende que a situação do aeroporto está emperrada pela falta de pagamento da desapropriação. “Nem Estado, nem Prefeitura têm condições financeiras para bancar este valor. A participação dos empresários garantiria o encaminhamento da obra e a definição de uma parceria público-privada”, afirmou. Disse também que esta conduta foi adotada pelos empresários de Bento Gonçalves, que culminou na criação do Vale dos Vinhedos, hoje um dos principais destinos turísticos do Brasil.

O vereador do PSB defendeu que o novo aeroporto terá papel fundamental na mudança da matriz econômica, segundo ele necessária para a continuidade do crescimento da cidade. Reconheceu que as principais empresas têm a competitividade prejudicada em função dos custos de logística, que participam com cerca de 20% na composição dos preços dos produtos, enquanto nas concorrentes do Sudeste o índice é de apenas 10%. “Temos problemas de estradas mal conservadas e ausência dos modais ferroviário e aéreo. A economia de Caxias do Sul precisa ser reinventada, porque o modelo metalmecânico está esgotado”, definiu.

Com o aeroporto, Frizzo acredita ser possível incrementar o desenvolvimento do setor agrícola, possibilitando que a produção de frutas e hortigranjeiros poderia ser rapidamente colocada nos grandes centros consumidores internos e, ainda, no exterior. “Na condição de presidente da Comissão da Agricultura do Legislativo tenho percorrido o interior e compreendendo melhor sua importância para a economia local”, ressaltou.

Também entende que o aeroporto facilitaria os embarques de peças e componentes da indústria metalmecânica para a cadeia de clientes, atendendo demandas de manutenção, já que veículos montados dificilmente deixariam de ser transportados via rodoviária. “O aeroporto dialoga com este novo modelo econômico que a cidade precisa, além de estimular o turismo pela proximidade com a Região das Hortênsias”, expôs.

Em aparte, o vereador Adiló Didomenico/PTB afirmou que o aeroporto terá importância similar ou maior do que a chegada do trem à cidade em 1910. Além de estimular a nova matriz econômica, pode se tornar alternativa para o Aeroporto Salgado Filho, que também sofre com problemas climáticos. O petebista defendeu que o Legislativo assuma a luta pela implantação do Distrito Industrial na mesma região. Felipe Gremelmaier/PMDB acrescentou que, além das regiões da Serra e das Hortênsias, o aeroporto também contribuirá com a economia do Alto Uruguai. “Embarques de produtos de Erechim ou Passo Fundo, hoje feitos por Porto Alegre, teriam custo menor pelo Aeroporto de Vila Oliva”, assinalou. Disse acreditar que uma parceria público-privada não encontraria oposição em nenhum setor da comunidade.

O vereador do PSB também elogiou a atuação do deputado federal Mauro Pereira/PMDB, em Brasília, garantindo audiências, como a realizada com o presidente em exercício Michel Temer, na quarta-feira (24), além de defender os interesse da região junto ao governo federal.