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FAS realizará novo levantamento da situação das famílias do Loteamento Vila Amélia II

Iniciativa quer garantir mais tempo e busca de informações para encontrar saídas que minimizem a remoção do local


As 21 famílias que estão em vias de remoção do Loteamento Vila Amélia II terão entrevistas, no dia 10 de agosto, com funcionários da Fundação de Assistência Social (FAS), para identificação de alternativas que criem condições para que as pessoas não fiquem desabrigadas. A decisão ocorreu na noite desta segunda-feira (01/08) durante reunião extraordinária da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Segurança, realizada na Câmara Municipal. A proposta foi apresentada pela presidente da FAS, Marlês Andreazza, com a garantia de ninguém ficará na rua, pois a entidade tem espaços para abrigamento e também pode buscar outras saídas em parceria com os demais setores da Prefeitura, assim como com a empresa detentora da propriedade da área, que já expôs estar disposta a ajudar na remoção das casas e dos materiais.

O presidente da comissão, vereador Rodrigo Beltrão/PT, convocou novo encontro para o dia 11 de agosto para acompanhar os desdobramentos das entrevistas individuais que serão feitas pelos técnicos da FAS. Também antecipou que a comissão não admitirá violência nas ações de reintegração de posse que devem ocorrer ao longo do mês de agosto, bem como tratará junto ao Município da possibilidade de transferência das famílias para uma área pública sobre os trilhos de trem, acatando ponderação feita pelo presidente do loteamento, Dirlei Silveira.

A reunião extraordinária teve a presença da defensora pública Letícia Basso, que responde pela defesa dos moradores, e que apresentou um relato histórico do processo de reintegração, iniciado, em 2009, a partir de ação do então proprietário da área, Willy Sanvitto, já falecido. Atualmente, a área pertence à construtora Nossa Senhora de Caravaggio, que antecipou não ter interesse na venda, pois tem projeto de loteamento para o local.

Segundo a defensora pública, no ambiente jurídico não há mais como reverter o processo, que está com sentença de reintegração desde 2011. Em maio do ano passado, os moradores começaram a receber ofícios para a remoção e buscaram o respaldo da Defensoria. De acordo com Letícia Basso, das 119 famílias que ocupam as duas áreas – uma pública e outra privada – 21 terão de sair, obrigatoriamente. Outras 48 ficarão no local sem ter a necessidade de fazer adequações nas casas. Já 50 famílias precisarão reduzir suas moradias porque estão sobre a área pública e também sobre a privada, objeto da ação. “Sei que não era isto que vocês gostariam de ouvir, mas já em agosto as remoções terão início. É preciso, portanto, buscar outras soluções, participando ativamente das discussões”, defendeu.

Zildane Corrêa, presidente do Loteamento Vila Amélia I, erguido sobre os trilhos do trem a partir dos anos 1990, afirmou que a remoção trará impacto social muito grande e convocou os moradores para que atuem de forma conjunta por alternativas. Citou as dificuldades de muitas famílias, que têm membros idosos, crianças e portadores de necessidades especiais. “A situação é desesperadora”, relatou.

Dentre as manifestações dos moradores, Cláudia Silva de Jesus convocou o grupo para estar unido e mobilizado para impedir abusos, como os registrados na última remoção. Anderson Silva relatou que sua casa foi demolida, tendo ficado uma noite na rua. “Isto é humilhante”, definiu. Contou que ergueu a sua atual moradia em área cedida por uma vizinha sobre os trilhos e garantiu haver outras à disposição, mas que a Prefeitura impede a ocupação por estarem localizadas em frente à sede campestre do Sindicato dos Bancários.

A reunião ainda teve as presenças de Paulo Sausen, presidente da Assembleia Geral da União das Associações de Bairros e assessor político do vereador Jaison Barbosa/PDT, e de Lorete Bridi, assessora da vereadora Denise Pessôa/PT, que integram a comissão, ainda formada pelos vereadores Rafael Bueno/PDT e Renato Nunes/PR.

01/08/2016 - 22:04
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): João Roberto Hunoff - MTE 5.247

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