A vereadora Denise Pessôa/PT protocolou, nesta quarta-feira (29/06), uma indicação ao Poder Executivo Municipal para que encaminhe o tombamento histórico e cultural do Sítio Arqueológico Antonio Vergani RS-37, da localidade de Água Azul, distrito de Santa Lúcia do Piaí, junto ao Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural (COMPACH). O pedido, que foi proposto pela Associação de Moradores do Distrito de Santa Lúcia do Piaí, pretende incorporar a presença indígena no distrito e no município.

Integrante do patrimônio cultural do RS pela Lei Estadual nº 12.356, de 2005, o Sítio Arqueológico é um dos 48 sítios estudados em nosso município, sendo este o maior e mais preservado de nossa região. As peças e utensílios encontrados estão guardados no LEPAR/UCS e também no Instituto Anchietano, em São Leopoldo, desde a década de 1960. No local existem as casas subterrâneas, as “tocas dos índios”, que foram construídas entre 300 A.C. e 1.700 D.C. pelo grupo indígena Jê, que habitava o sul do Brasil. Sendo integrante do roteiro Caminho da Fé, o sítio também é visitado por escolas do município, proporcionando aprendizado sobre a cultura indígena.

Para Denise Pessôa, a medida tem como objetivo preservar de fato o Sítio Histórico, uma vez que o tombamento pelo município viabiliza a preservação do espaço. “Os vestígios da presença indígena em nossa região precisam ser preservados para que nossa história seja conhecida pelas futuras gerações”, argumentou Denise.

Antepassado indígena

Ancestrais dos Kaingáng e Xokleng, os Jê eram agricultores e coletores. Tinham grande conhecimento em agricultura, arquitetura, geologia, engenharia e matemática. Diferentemente de outras tribos do continente, os Jê não possuíam conhecimento de metalurgia. Fabricavam instrumentos em pedra lascada, madeira e utensílios domésticos em cerâmica. Foram encontrados vestígios de produção e consumo de mandioca, milho, abóbora, feijão, cará, peixes, pinhão e moluscos.