A sessão solene da Semana da Etnia Italiana trouxe ao plenário do Legislativo caxiense, nesta terça-feira (17/05), imagens e um pouco da trajetória de 26 fotógrafos que ajudaram a registrar a história de Caxias do Sul. Ary Pastori, Vasco Rech, José Maccagnan e Ilda Maccagnan despertaram muitos aplausos ao receberem o reconhecimento da Câmara de Vereadores. A maioria dos demais fotógrafos (in memoriam) esteve representada por familiares.

Também foram lembrados: Giovanni Battista Serafini (1869-1954); Francesco Moscani (sua presença em Caxias deu-se entre 1888 e 1901); Umberto Zanella (1878-1957); Domingos Mancuso (1885-1942); Reno Mancuso (1919-1974); Primo Postali (1874-1949); Giacomo Geremia (1880-1966); Ulysses Geremia (1911-2001); Julio Calegari (1886-1938); Sisto Muner (1892-1974); Rodolfo Balzaretti (1889-1960); Jacob Kappes (1900-1980); Valério Zattera (1911-1996); Amadeu Zinani (1912-2002); Ary Cavalcanti (1912-1994); Mauro De Blanco (1923-2010); Clemente Tomazoni (1919-1990); Antonio Beux (1921-1994); Hildo Boff (1931-2014); Remy Bisol (1938-2016); Waldemar Lazzarotto (1921-1984); e João Rech (1931-1986).

A cerimônia, que também comemorava o Dia da Imigração e Colonização Italiana no município de Caxias do Sul (20 de maio), foi conduzida pelo 1º vice-presidente da Câmara, vereador Flavio Cassina. Representando toda a Casa fez o pronunciamento o parlamentar Edio Elói Frizzo/PSB. Historiador, Frizzo logo destacou o trabalho do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (AHMJSA), pois a trajetória e a produção dos fotógrafos homenageados motivaram o surgimento do livro O instante e o tempo: a fotografia em Caxias do Sul, 1885-1960, com textos de Sônia Storchi Fries e seleção de imagens feita por Susana Storchi, servidoras do AHMJSA.

O parlamentar sublinhou a força conceitual, histórica e estética da fotografia. Explicou a etimologia do termo e o significado: escrita da luz. Segundo Frizzo, a arte fotográfica marca a vida das pessoas. “Cada fotógrafo inclui na foto seus valores, sua opinião e sua poética. No livro que dá origem a essa homenagem, consta como os fotógrafos viam nossa cidade se desenvolver”, ressaltou, elogiando o legado de cada profissional.

E esse desenvolvimento, acrescentou Frizzo, remete ao século 19, quando os primeiros imigrantes italianos chegaram à Colônia aos Fundos de Nova Palmira, pontuando o início da colonização do município de Caxias do Sul. “A área era delimitada ao Norte pelos Campos de Cima da Serra e, ao Sul, pelos vales de colonização alemã. Antes de ser demarcada para a colonização, já era conhecida pelos tropeiros, que, em seus deslocamentos, passavam pela região, a qual já havia sido habitada pelos índios. Além da vontade de vencer, os italianos trouxeram para a terra da cocanha hábitos e costumes que, atualmente, se perpetuam pelo interior e pela zona urbana de Caxias”, ressaltou.

Os 141 anos da imigração italiana e o trabalho desenvolvido pelo AHMJSA também ganharam a atenção da titular da pasta municipal da Cultura, Gabriela Giovanardi Dozza. Em nome do prefeito Alceu Barbosa Velho, a secretária valorizou o trabalho e a contribuição artística dos fotógrafos homenageados.

A iniciativa de agraciá-los partiu da Escola do Legislativo, que tem na direção o parlamentar Edson da Rosa, e do Centro de Memória da Câmara Municipal. A Semana da Etnia Italiana foi instituída pela Lei nº 5.988, de 7 de abril de 2003, a partir de uma proposição dos então vereadores Jerônimo Dani/PT e Walmor Vanazzi/PP. Já o Dia da Imigração e Colonização Italiana em Caxias do Sul é estabelecido pela Lei nº 6.382, de 16 de junho de 2005, cuja proposição foi assinada pelo vereador Gustavo Toigo/PDT. Essa data é 20 de maio, numa referência à chegada dos primeiros imigrantes italianos em terras gaúchas, em 1875. A Semana da Etnia oficialmente também se inicia nesse dia.