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Périco avalia que apartheid educacional afeta o Brasil

Peemedebista expôs no plenário números referentes à educação no país


O vereador Paulo Périco/PMDB apresentou, durante a sessão desta quinta-feira (30/11), dados referentes à educação no Brasil. Périco acredita que os números apresentados por ele evidenciam que o país sofre com o apartheid educacional, já que não há eficiência de gestão na busca efetiva pela qualidade do ensino básico público.

O peemedebista destacou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2014, que expõe o reflexo da desigualdade do Brasil na educação. Na Região Nordeste, a taxa de analfabetismo é de 16,9%, enquanto no Sul é de 4,4%. “Com esse tipo de diferença, nós jamais teremos um país unificado”, disse. “O que falta no Brasil não é dinheiro”, complementou.

Périco citou que apenas 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país são investidos em educação, com média anual de US$ 2,9 mil por estudante. Nas nações que fazem parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o investimento é de US$ 8,9 mil por cabeça. Nesse contexto, o parlamentar apresentou um detalhe preocupante: a maioria dos investimentos se concentra nos brasileiros que estão no ensino superior, quando o ideal seria investir cada vez mais na educação básica de qualidade, sobretudo na pré-escola e no ensino fundamental.

A situação social das 10,3 milhões de crianças brasileiras também foi apresentada pelo parlamentar. Dados recentes apontam que 23% dos pequenos vivem em casas sem coleta de esgoto e 16% não têm água potável para beber. O vereador mencionou que crianças com baixa renda têm rendimento escolar inferior, pois não contam com um ambiente propicio para o desenvolvimento intelectual e diálogo adequado com os pais.

Referente a essa questão, os números são os seguintes: aos 3 anos, crianças de classe baixa ouvem, em média, 616 palavras, ante 1.251 de classe média 2.153 de alta. O vocabulário das crianças mais pobres, em número de palavras, também é baixo: 500, ante 700 (média) e 1.100 (alta).

O vereador ponderou que o apartheid educacional começa nessa situação e se aproxima do Efeito Mateus, do sociólogo americano Robert Merton, que cita a passagem bíblica:  “ao que tem, mais será dado... Mas ao que nada tem, até mesmo isso lhe será tomado”. “Temos de transformar as escolas públicas com maior qualidade”, finalizou.

30/11/2017 - 14:54
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Clever Moreira - 8697
Redator(a): Matheus Teodoro

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