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Líderes debatem polêmicas na gestão do Executivo

Vereadores criticam revanchismo e cancelamento de programas sociais


O protesto do vereador Adiló Didomenico/PTB às insinuações feitas pelo chefe de Gabinete do prefeito de que administrações anteriores atuavam dando “jeitinho”, deu o tom das falas no espaço das declarações de líderes na sessão ordinária desta terça-feira (30).

O petebista, que havia elencado na semana passada um conjunto de 39 polêmicas patrocinadas pela gestão do prefeito Daniel Guerra/PRB nestes cinco meses de 2017, lamentou a forma desrespeitosa usada pelo chefe de gabinete, Júlio César Freitas da Rosa, a veículo de comunicação local. Ao  afirmar que estava fazendo “pente fino” na forma de administrar a cidade, o CC lançou suspeitas sobre gestores e equipes de governo anteriores, das quais Adiló participou.

Em aparte, o vereador Édio Elói Frrizzo/PSB classificou a postura de Freitas da Rosa na imprensa como revanchista e inaceitável, considerando o desempenho correto dos governos de Mário Vanin, Pepe Vargas, José Ivo Sartori e Alceu Barbosa Velho. Foram gestões seriamente auditadas por órgãos de controle federais, estaduais e municipais, ponderou Frizzo.

Na mesma linha, criticando a falta de respeito com as pessoas que participaram dos governos anteriores, falaram os vereadores Edson da Rosa/PMDB e Flávio Cassina/PTB. Adiló arrematou manifestando preocupação com as mudanças ministeriais feitas pelo presidente Michel Temer. Para ele, o País e a sociedade têm que zelar pelas suas instituições, única forma de passar o Brasil a limpo.

O vereador Paulo Périco/PMDB focou sua fala em dois eixos: o impacto que o cancelamento do repasse de verbas para o Fiesporte está provocando na comunidade e a defesa de mais de 600 empresas do segmento elétrico e eletrônico que serão prejudicadas por política projetada pelo Governo Federal em relação à fabricação de equipamentos de led.

O parlamentar relatou encontro promovido pelo vice-prefeito, Ricardo Fabris de Abreu, na segunda-feira, com entidades que tiveram seus projetos selecionados pelo programa de incentivo ao esporte que, autorizados a iniciar seus trabalhos sob a promessa de receber os recursos aprovados, se tornaram inadimplentes. E colocou em dúvida a desculpa usada agora pela administração, de que o corte nas verbas está relacionado com a execução de dívida do município com a família Magnabosco. Prova disso é a ata da reunião realizada em março confirmando os projetos.

Em outra linha pediu apoio dos vereadores para aprovação de moção de repúdio à decisão do governo federal de incentivar a instalação de fabricantes de equipamentos de led na Zona Franca de Manaus concedendo isenções, em detrimento de mais de 600 empresas nacionais instaladas no território nacional, entre as quais a INTRAL , tradicional organização caxiense. 

Périco pretende entregar o documento em mãos do ministro da Indústria, Comércio, Exterior e Serviços, Marcos Pereira, que estará palestrando na CIC na próxima sexta-feira (1º de junho). Ponderou que Caxias corre o risco de ver a INTRAL transferir-se para o Uruguai, de quem já tem proposta, pois será única forma de competir no mercado.

O vereador Rafael Bueno/PDT trouxe ao plenário sua contrariedade a duas novas decisões do atual governo municipal que devem se somar as outras 39 polêmicas já apontadas pelo vereador Adiló Didomenico. A descontinuidade do convênio mantido entre o município e as Irmãs Murialdinas, que há anos mantêm projeto social de assistência a jovens em situação de vulnerabilidade.

Embora tendo encaminhado toda a documentação para renovar o compromisso de atendimento em tempo hábil, o projeto, que em 2016 atendia 120 alunos em três turnos, não foi contemplado em 2017. Ele continua, mas o número de jovens baixou para 74 alunos em três turmas. As irmãs têm retirado de sua aposentadoria o dinheiro para oferecer alimentação aos frequentadores dos cursos.

O mesmo sucedeu com o cancelamento de repasses ao programa social anunciado com o nome Trabalho 10 e que depois, sob a responsabilidade da LEFAN, passou a se denominar “Mundo do Trabalho”. Em 2016, o Mundo do Trabalho e seus 30 cursos profissionalizantes, destinados à população carente, ofereceu formação a 1.200 pessoas, com 50% das verbas garantidas pela comunidade através da LEFAN (Capuchinhos) e os outros 50% pelo município.

Segundo Rafael Bueno, em consequência do cancelamento do repasse determinado pela administração, somente 300 pessoas serão atendidas em 2017. Além disso, a decisão levará a entidade assistencial a dispensar  parte dos prestadores de serviços para manter a estrutura existente.

Em aparte, o vereador Alberto Meneguzzi/PSB lembrou a fala que fez em janeiro chamando a atenção para a importância deste programa social e alertava para o temor de que o convênio não fosse renovado, o que acabou acontecendo. Bueno finalizou indagando que projeto de cidade vem sendo adotado pelo prefeito Guerra, entendo que só tem viés de caixa, mas sem compromisso com o social.

 

30/05/2017 - 13:27
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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