A situação do trânsito de Caxias do Sul voltou a pautar o debate dos vereadores. Dessa vez, coube ao vereador Elói Frizzo/PSB levar o assunto ao plenário. Na sessão ordinária desta quarta-feira (15), ele informou que está em andamento o processo de retirada de vagas de estacionamento, em trecho que compreende duas quadras da avenida São Leopoldo.

Favorável à medida, Frizzo defendeu que a proposta também seja aplicada nas vias centrais, para desafogar o trânsito, que definiu como caótico. Segundo ele, a ocupação de vias com estacionamento não condiz com a realidade atual do tráfego caxiense. Disse, ainda, que a Secretaria Municipal dos Transportes precisa ousar mais, se quiser apresentar soluções efetivas, nesse aspecto.

Na ótica do vereador Ari Dallegrave/PMDB, as ações na São Leopoldo solucionam um problema pontual da via, já que as vagas de estacionamento existentes eram poucas e, a seu ver, apenas, atrapalhavam o fluxo.

O vereador Mauro Pereira/PMDB citou a defasagem do sistema de sinalização de ruas existente no município. Apontou para a prioridade a investimentos na renovação de semáforos, antes da retirada de estacionamentos, iniciativa com a qual não concorda, pelo prejuízo aos comerciantes. Como alternativa viável, sugeriu ênfase maior no transporte público.

Em contraposição, Frizzo classificou a posição de Mauro como visão retrógrada, sobretudo por não considerar a enxurrada de automóveis, nas ruas da cidade. Sustentou que a retirada dos estacionamentos não vai de encontro a políticas de valorização do pedestre.

Ao concordar com Frizzo, o vereador Guiovane Maria/PT referiu que ações isoladas são insuficientes para melhorias efetivas no trânsito. Também criticou a falta de sincronismo nos semáforos.

Para Vinicius Ribeiro/PDT, retirar a área de estacionamento das ruas, além de ser uma solução temporária, prioriza o automóvel, em detrimento de meios coletivos de transporte. Considerou que a ousadia, em resolver a questão, está na decisão de valorizar o transporte coletivo, o que passa rela retirada dos terminais de ônibus do Centro e demais investimentos relacionados, além de enfraquecer, na população, a cultura do carro individual. Explicou, ainda, que a substituição de semáforos chegou a ser orçada pela Secretaria de Transportes, o que acabou não tendo continuidade.

De acordo com o vereador Rodrigo Beltrão/PT, boa parte do problema é causada pelo que entende por lentidão da atual administração, em dar andamento a projetos que trariam melhorias, citando o atraso na construção das estações de transbordo do transporte coletivo. Avaliou que não há postura do governo, quanto à necessidade de substituição do sistema de semáforos. Da mesma forma, Ana Corso/PT salientou não concordar com a retirada de estacionamentos.

A líder do governo, Geni Peteffi/PMDB, rebateu Beltrão, ao afirmar que o colega só sabe criticar as iniciativas do governo. Mesmo assim, aceitou que há problemas em semáforos.

Enquanto isso, o vereador Gustavo Toigo/PDT chamou atenção para a necessidade de alternativas válidas, mesmo que em caráter experimental. Exemplificou a partir da proibição de estacionamento na Rua Sinimbu, principal eixo central, apenas nos horários de pico.

Conforme Renato Nunes/PRB, retirar estacionamentos das vias não resolve a questão.