“Viva, Caxias!”, entoou a professora de música Sandra Mirelli, nesta quarta-feira (22/06), durante homenagem do Legislativo aos 132 anos do município que ela, nascida na Bahia, escolheu para viver há mais de meia década. Além da apresentação de Sandra, com o tradicional “Parabéns a você” e o Hino ao Rio Grande (canção de Cristiano Quevedo), a sessão teve pronunciamento da presidenta da Câmara, Denise Pessôa/PT, e do prefeito Adiló Didomenico/PSDB.

A presidenta Denise declarou o carinho que sente pela cidade e lembrou alguns traços históricos de uma Caxias do Sul que se tornou o maior município do interior gaúcho, com mais de 510 mil habitantes e 343 mil eleitores.  “Sou daqui, filha desta terra. Sou mãe, negra, mulher, vereadora, arquiteta e uma servidora pública que se orgulha e se empenha para ver minha comunidade cada vez melhor”, frisou.

De acordo com a presidenta, a comunidade caxiense é forte, trabalhadora e diversa, formada de pessoas nascidas neste chão e de tantas outras que vieram de fora em busca de novos horizontes, como os imigrantes italianos, no final do século XIX, e outros tantos estrangeiros que chegaram e ajudaram a melhorar a vida de todos. “Parabéns e obrigada por ter espaço para todas e todos e por ser tão autêntica, nossa Caxias do Sul!”, comemorou a vereadora, listando algumas potencialidades e dificuldades vividas, hoje, pela população.

Anualmente, durante a Semana de Caxias, a Câmara enaltece o aniversário da cidade, lembrando o dia 20 de junho de 1890 como a data em que o município se desligou de São Sebastião do Caí. Além do 132º ano de emancipação política, neste mês, são comemorados os 112 anos da elevação de Caxias do Sul à categoria de cidade, que ocorreu em 1º de junho de 1910, com a chegada do trem. Esse fato foi, inclusive, mencionado pelo prefeito Adiló Didomenico em sua manifestação, hoje (22/06), da tribuna, ao ressaltar a força política local. Citou que a própria BR-116, rodovia que passa pela cidade, foi uma conquista da mobilização política, do bom relacionamento com localidades vizinhas e do empenho dos moradores. “Somos uma cidade que se forjou na fé, no trabalho e na esperança das pessoas. Temos muito a comemorar porque cada um, do seu jeito, trouxe uma forma de fazer”, salientou.

O chefe do Executivo aproveitou para mencionar futuros passos em termos de investimentos que beneficiam a população, como a implementação do Aeroporto de Vila Oliva. Ainda citou os esforços da prefeitura desde o início da pandemia do coronavírus, em 2020, assegurando na saúde quase o dobro do percentual de recursos exigidos pela lei.  “Temos de celebrar também as centenas de vidas que conseguimos salvar”, realçou, estendendo saudações a todos os moradores pelo progresso que a cidade registra cotidianamente também em outras áreas.

A emancipação

Em 1890, a Freguesia de Santa Teresa de Caxias já possuía 38 casas comerciais, 120 pequenas indústrias e 16 mil habitantes. Queriam melhorias de infraestrutura e independência. A emancipação da condição de colônia da Coroa Imperial Brasileira para distrito de São Sebastião do Caí, em 1884, não havia melhorado as condições da população. Além dos problemas de escoamento da produção, os colonos continuavam pagando suas dívidas à Comissão de Terras e, como distrito de São Sebastião do Caí, também pagavam imposto sobre a propriedade. Insatisfeitos com a situação, comerciantes se organizaram e reivindicaram a emancipação junto ao governo estadual.

Em ofício de 1º de maio de 1890 direcionado ao governador do Estado, a Junta Municipal de São Sebastião do Caí posicionou-se favorável à emancipação. Assim, em 20 de junho de 1890, pelo Ato Estadual nº 257, a Freguesia de Santa Teresa de Caxias foi elevada à categoria de município, sendo denominada Vila de Santa Teresa de Caxias. A emancipação foi comemorada com festejos por três dias, inauguração dos sinos da Catedral Diocesana e uma exposição de produtos coloniais.

Fonte: livro Palavra e Poder: 120 anos do Poder Legislativo em Caxias do Sul