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Livros do Ministério da Educação geram moção de contrariedade

Vereadores debateram o uso da linguagem popular nos exemplares


Moção de contrariedade ao Ministério de Educação e Cultura do Brasil (MEC) foi aprovada por maioria de votos (10x5), após intenso debate, na sessão ordinária desta quarta-feira (01). De autoria do vereador Moisés Paese/PDT, o documento critica o órgão por ter distribuído a mais de 500 mil alunos da rede pública de ensino o livro de língua portuguesa Por Uma Vida Melhor. O conteúdo dos exemplares não reconhece como erradas formas de expressão como nós pega os peixe, pegar os livro ou menas gente. As frases são tidas, pelo livro, apenas como inadequadas para determinadas situações.

Segundo o texto da moção, o argumento usado pelos idealizadores do projeto é evitar que cidadãos brasileiros, que não falam de forma correta, sofram preconceito linguístico. Também se propõe a diminuir a distância entre os menos favorecidos socialmente e os mais privilegiados.

Conforme o autor, que chamou o título do livro de irônico, a forma de evitar preconceito se dá através do incentivo para que as pessoas falem corretamente. Segundo Paese, as distâncias sociais podem ser diminuídas por meio do aprendizado correto da língua e da cultura do país. A seu ver, a decisão do MEC se caracteriza como discriminação e põe em dúvida a capacidade de aprender dos cidadãos brasileiros.

Na sequência, houve divergência de opiniões. Para o vereador Daniel Guerra/PSDB, aceitar as variações da língua não é o mesmo que validar os erros. Sugerindo que a moção fosse encaminhada ao Tribunal de Contas da União, o vereador Mauro Pereira/PMDB alegou que foram cometidos erros com utilização do dinheiro público para financiar as obras.

De acordo com o vereador Alaor de Olivera/PMDB, o fato de alguém cometer erros gramaticais no ato de falar não pode ser incentivo para que outros cometam os mesmos equívocos. Manifestaram-se, também, a favor da moção os vereadores Ari Dallegrave/PMDB, Geni Peteffi/PMDB, Renato Nunes/PRB e Vinicius Ribeiro/PDT.

Por outro lado, a vereadora Denise Pessôa/PT levantou a questão de que o livro não se abstém da norma culta, apenas cita formas populares de se expressar. Para o vereador Rodrigo Beltrão/PT, é importante que sejam citadas essas formas de falar que, de fato, existem e correspondem à cultura de determinados locais.

Com base na justificativa de forma gramatical é a que vale oficialmente, o vereador Elói Frizzo/PSB defendeu que a moção debatida reproduz uma posição elitista.

 

Votos: Alaor de Oliveira/PMDB (a favor), Ana Corso/PT (ausente no plenário), Ari Dallegrave/PMDB(a favor), Arlindo Bandeira/PP (a favor), Daniel Guerra/PSDB(a favor), Denise Pessôa/PT(contra), Elói Frizzo/PSB (contra), Geni Petteffi/PMDB(a favor), Guiovane Maria/PT(contra), Gustavo Toigo/PDT(a favor), Mauro Pereira/PMDB (a favor), Moisés Paese/PDT(a favor), Renato Nunes/PRB(a favor), Renato Oliveira/PCdoB,(contra) Rodrigo Beltrão/PT(contra), Vinicius Ribeiro/PDT (a favor).

01/06/2011 - 19:57
Assessoria de Comunicação
Câmara de Vereadores de Caxias do Sul


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