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A greve dos médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) de Caxias do Sul voltou a provocar discussões entre os vereadores. Na sessão ordinária desta terça-feira (03), o vereador Rodrigo Beltrão/PT retomou o assunto, ao classificar como inerte a postura do prefeito José Ivo Sartori, na condução do problema. O petista acredita ser de responsabilidade do Executivo a negociação da greve, uma vez que os parlamentares têm limites na tomada de decisões. Ele cogitou até a concessão de abono à categoria, caso a medida seja suficiente para terminar com a paralisação.
Em discordância, o vereador Vinícius Ribeiro/PDT ponderou que, se a prefeitura conceder abono salarial aos médicos, terá que fazer o mesmo com as demais categorias de servidores públicos. O vereador Mauro Pereira/PMDB criticou o fato de os médicos não estarem cumprindo a carga horária da jornada de trabalho. Estão usando dinheiro público em beneficio próprio, afirmou.
A líder do governo, vereadora Geni Peteffi/PMDB, disse entender que o prefeito Sartori não apresenta culpa. A seu ver, a simples concessão de abono não resolve a greve.
Conforme a vereadora Ana Corso/PT, falta vontade política para o êxito das negociações. Sinalizou, como possibilidade para o término da greve, a negociação do abono salarial pedido pelos médicos, a exemplo do município de Porto Alegre.
Ana também sugeriu a equiparação dos salários entre médicos do município e da Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), que atuam pelo município. Apontou para a criação de uma comissão municipal para debater o plano de carreira dos servidores.
Presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Casa, o vereador Renato Oliveira/PCdoB observou que a situação atual vem sendo cômoda para os envolvidos. Os salários dos médicos grevistas, lembrou, não recebem desconto, mesmo com a paralisação que já dura um mês.
Embora perceba ações localizadas do poder público, o comunista salientou não existirem esforços centralizados da prefeitura para negociar o fim da greve. A negativa de conversas entre os sindicatos dos Médicos e dos Servidores Públicos prejudica ainda mais a situação, criticou. Renato verificou, ainda, que, enquanto o impasse não se resolve, falta material básico em algumas unidades básicas de saúde.
Para o vereador Guiovane Maria/PT, é lamentável que o povo sofra as consequências da falta de profissionais.
Outro fator, segundo o vereador Ari Dallegrave/PMDB, que prejudica a saúde municipal deve-se à falta de verba do governo federal, nos repasses aos municípios.