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O tom de protesto satírico e a musicalidade nos versos, ao ritmo de batidas de pandeiro, marcaram a abertura da exposição do artista José de Oliveira Luiz, o Zé do Rio, realizada no final da tarde desta sexta-feira (15/04), pelas rampas da Câmara Municipal de Caxias do Sul. Ele iniciou a comemoração a um ano com o título de Cidadão Caxiense criticando a política, a economia e as guerras pelo mundo.
Ao término da apresentação, chegou ao Espaço Cultural Mário Crosa, no térreo da Casa, onde se encontra a mostra 'Poizé dos Rios de A a Z - uma alegoria biodiversincrética: mandalas, chakras, móbiles. A visitação ficará aberta ao público até o final deste mês, de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h.
A exposição de Zé do Rio é composta por cerca de 500 varetas de cedro que vêm desde cima e circundam a escultura dos Direitos Humanos, de Bruno Segalla. Elas reproduzem cores do arco-íris: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, roxo, lilás, branco, prata e dourado.
De acordo com o autor, as cores representam centros de energia traduzidos em chakras. Em movimento circular, têm-se a harmonia que a filosofia do Hinduísmo chama de mandalas, detalhou. Junto às varetas, estão dispostos quadros pintados pelo ex-aprendiz de Zé do Rio, o pintor Antonio Buca.
O artista destacou não pretender transmitir mensagens complexas, mas, apenas, estimular a meditação e o encontro de diversas possibilidades de leitura que, segundo ele, a alegoria permite. Ressaltou, também, que tem buscado uma comunicação não-verbal que se expresse por meio da provocação de sensações.
Para Zé do Rio, a arte está ligada à meditação. A seu ver, o entendimento de qualquer manifestação depende da quantidade de pontos de vista que se dediquem a tentar compreendê-la.
Com 73 anos de idade, Zé do Rio diz ter adotado Caxias do Sul como a sua cidade, embora seja natural do Rio de Janeiro. Na sessão solene de 15 de abril do ano passado, ele recebeu da Câmara o título de Cidadão Caxiense. A entrega da honraria foi proposta pelo vereador Rodrigo Beltrão/PT.