A garantia de que Caxias do Sul não corre o risco de ficar sem inserção em regional turística foi dada pela secretária municipal do Turismo, Renata Aquino Carraro, na sessão ordinária desta terça-feira (20/08). Ela atendeu a uma convocação dos vereadores, para prestar esclarecimentos sobre o intento da Prefeitura, de fazer parte da Região das Hortênsias, saindo da Região da Uva e do Vinho. Sustentou que, para a alteração se consolidar, só faltariam encaminhamentos burocráticos com a documentação, enviada ao governo do Estado e ao Ministério do Turismo.

A convocação de Renata se originou do requerimento 112/2019, assinado pelos vereadores Adiló Didomenico/PTB, Edson da Rosa/MDB e Gustavo Toigo/PDT. Os autores apontaram riscos de a cidade ficar fora do Mapa do Turismo Brasileiro e não receber incentivos, situação que foi rebatida pela secretária, na manhã de hoje.

A chefe da pasta ponderou que, nos últimos anos, Caxias não teria participado efetivamente da regional da Uva e do Vinho, na qual, entre 29 municípios, a cidade só faz limite com três. Ela disse que, por outro lado, nas Hortênsias, Caxias se liga a quatro municípios, sendo que, com relação a Gramado, já existem projetos para melhorar o acesso à cidade vizinha.

Renata apontou o futuro aeroporto de Vila Oliva e os Caminhos de Caravaggio como outros fatores de convergência com Gramado. Afirmou que, nos últimos meses, têm aumentado a oferta de leitos e a ocupação hoteleira de Caxias.

Mesmo assim, o vereador Toigo considerou que, de fato, Caxias precisa de alternativas para diversificar a própria matriz econômica. Defendeu que continuar na regional da Uva e do Vinho convergiria com a identidade histórica e cultural do município. Leu manifestações contrárias de diversas autoridades, incluindo a do secretário municipal do Turismo de Gramado, José Carlos Ramos de Almeida, quanto ao ingresso de Caxias nas Hortênsias. Toigo criticou o fato de a Prefeitura não ter aberto a pauta para discussão ampla, no próprio município. Diversos vereadores reiteraram os pontos, manifestados pelo pedetista.

Enquanto isso, o vereador Alberto Meneguzzi/PSB também chamou atenção ao fato de a secretária ter disputado e se classificado, em segundo lugar, num concurso público para turismólogo, cargo de provimento efetivo a ser lotado na pasta que chefia. Para o socialista, a postura de Renata foi antiética, imoral e indecente. Prometeu dar sequência a projeto de lei, voltado a coibir práticas desse tipo.

A convocação da secretária, que se manifestar em uma sessão plenária, está embasada na Lei Orgânica Municipal, no artigo 62, inciso XVI, e no Regimento Interno da Câmara, nos artigos 176 (inciso VIII) e 234. A mesma legislação prevê que o não comparecimento, sem a justificativa adequada, no prazo de cinco sessões ordinárias, contadas da data do recebimento da comunicação, importará em crime de responsabilidade.