Para a advogada Mônica Montanari, os 100 anos de luta institucionalizada pelos direitos da mulher trouxeram ganhos, mas é preciso avançar mais, sobretudo no combate à violência. A Lei Maria da Penha precisa receber do Poder Judiciário suporte adequado às politicas públicas para a mulher agredida. Nós mulheres precisamos nos enxergar em primeiro plano na sociedade, como detentoras de direitos.

A titular da Delegacia da Mulher, Thaís Postiglione, expôs que a delegacia recebe, em média, 500 ocorrências mensais mas o efetivo é de apenas quatro policiais. Apesar da estrutura insuficiente, o trabalho é para que a mulher seja acolhida com respeito e que sua denúncia seja apurada.

Jussara Quadros, Coordenadora de Etnias da União das Associações de Bairros (UAB) e Conselheira do Movimento Negro Unificado, levantou a questão do sexismo, que atinge também as mulheres negras. O maior índice de violência é contra mulheres negras, além disso, a maioria delas não têm espaço no mercado de trabalho, atuando de maneira informal. Houve avanços, mas ainda existem dificuldades latentes.

Fúlvia Stédile Gazzola, representante da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul, ressaltou as ações desenvolvidas pela CIC na área social no intuito de aproximar as mulheres da entidade. Temos exemplos de mulheres a frente de empreendimentos bem sucedidos, ocupando espaços cada vez mais importantes. Convidamos as mulheres para que façam parte das iniciativas da CIC nesse sentido.

A titular da Coordenadoria da Mulher Linéia Grazziotin ressaltou o trabalho da Coordenadoria na aplicação de políticas públicas em saúde, geração de emprego e renda, bem como valorização da mulher. Citou o trabalho da Rede de Proteção à Mulher do município, com a articulação das entidades envolvidas.

Segundo a Vereadora Ana Corso/PT, oito de março é uma data de celebração e também reflexão sobre os avanços que devem ser feitos. Mulheres são maioria da população, precisamos pensar em ações que dêem conta das especificidades inerentes a elas. Lembrou ainda a importância das mulheres estarem presentes na realização de políticas voltadas à mulher. Precisamos estar nas instâncias de poder, onde se definem as leis.

Denise Pessôa/PT citou pesquisa que aponta o Brasil na 141º posição em ranking que trata da presença das mulheres nos Parlamentos, num total de 181 países. Comentou ainda matéria publicada no jornal Pioneiro, sobre gravidez na adolescência em Caxias do Sul. Disse estar surpresa por muitas jovens optarem pela maternidade. Muitas adolescentes entendem que, com a gravidez, é uma chance de fazerem parte da sociedade, de resgatarem sua dignidade. Temos que mostrar à juventude outras alternativas de inserção na sociedade.

Mauro Pereira/PMDB disse que a Câmara é o lugar certo para o debate dessas questões. Muitas caxienses atingem posições de responsabilidade no município, baseadas na competência. Nós, vereadores, nos colocamos à disposição para ajudar a causa.

Para Moisés Paese/PDT, presidente da Casa, são satisfatórias essas mobilizações públicas, porém, é triste saber que o problema ainda existe. Temos que torcer pelo dia que esses encontros não serão mais necessários. A Casa procura fazer a sua parte nesse aspecto.

Segundo o Vereador Renato Nunes/PRB, presidente da Comissão, nosso objetivo é integrar a força da mulher em seus diversos segmentos na nossa região, discutir assuntos de interesse comum. Muitas mulheres sofrem preconceito, inclusive na colocação no mercado de trabalho. Além disso, os índices de violência contra a mulher são elevados.

Estiveram presentes os Vereadores Daniel Guerra/PSDB, Ana Corso/PT, Denise Pessôa/PT, Édio Eloi Frizzo/PSB, Arlindo Bandeira/PP, Mauro Pereira/PMDB, Renato Oliveira/PCdoB, Renato Nunes/PRB e o presidente da Casa, Moisés Paese/PDT.