O debate sobre alterações no regimento interno da Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Helen Keller foi tema de audiência pública da Comissão de Educação do Legislativo caxiense na noite de segunda-feira (02/12), no plenário da Casa.  Em 22 de novembro, outro encontro, da Comissão de Direitos Humanos, já havia tratado do assunto.

A principal abordagem do encontro foi a inserção da escola no modelo EJA (Educação de Jovens e Adultos). Para a diretora da instituição, Andrellise Sperb, a adoção da modalidade diminuirá o tempo de aprendizado dos alunos, cuja língua principal é a de Sinais e a Portuguesa escrita, a segunda.

Na reunião passada, Andrelise tinha alertado que, com as mudanças, a carga horária semanal de português cairá das atuais quatro para duas horas. Ela destacou que o padrão de duas horas por disciplina substituirá o regime vigente, de tratar cada matéria de maneira diferenciada.

O vereador Mauro Pereira/PMDB acompanhou a audiência, assim como fez na anterior, e defendeu a posição da direção e dos educadores da Hellen Keller. O parlamentar entende que o EJA irá prejudicar a estrutura de funcionamento da escola e assim prejudicar os alunos.

"Hoje são mais de 120 alunos surdos que estudam e são muito felizes com as atividades na escola. Não temos o direito de mexer em uma situação dessas. No caso da Hellen Keller, a implantação do EJA será prejudicial, principalmente porque irá reduzir a carga horária dos alunos", apontou Mauro, salientando que a mudança do regimento não foi discutida com a escola.

Entre outros participantes, estiveram na audiência o presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Tibiriçá Maineri, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, e a diretora da Hellen Keller, Andrelise Sperb.