As reivindicações da comunidade dos surdos, suas demandas e conquistas, foram tratados em tribuna livre na sessão ordinária desta quinta-feira (13/10), por parte da Escola Municipal Especial de Ensino Fundamental Helen Keller, representada por sua diretora, Maria Alice Rodrigues conforme requerimento de autoria do vereador Vinicius Ribeiro/PDT, aprovado por unanimidade.

De acordo com a diretora, no passado, o Conselho Nacional de Educação, CONAE, elencou propostas que englobam o ensino específico das minorias, como índios, negros, e homossexuais, mas determinou que os surdos fossem integrados ao ensino normal. Porém, a comunidade com deficiência auditiva defende o ensino bilingue, através das Libras (Lingua Brasileira de Sinais) e o português escrito como língua secundária.

Professor da Escola Helen Keller há 20 anos, Tibiriça Maineri, que também é surdo, assumiu a tribuna, auxiliado por uma tradutora de Libras, para sustentar a posição de que, ao contrário das políticas públicas que defendem a integração do surdo nas escolas regulares, o indivíduo com deficiência auditiva possui uma cultura própria, se beneficiando mais do convívio de seus pares e do ensino bilingue em escolas apropriadas.

Sou surdo e leciono há mais de 20 anos, e defendo o bilinguismo como um direito do surdo, proporcionando uma vivência mais benéfica à sociedade. No passado, a integração na comunidade não acontecia, por acreditarem que o surdo era incapaz. Hoje as coisas estão mudando, mas ainda temos muita luta pela frente.

Ele também convidou os Vereadores para contribuírem nessa luta e participarem, no dia 25 de outubro, em Brasília, do encontro nacional de surdos para defender, perante a sede do governo nacional, o ensino da língua de sinais como primária aos alunos com deficiência auditiva.