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O Prêmio Caxias do Sul chegou às mãos da comunidade de São João Batista, em Forqueta, neste domingo (1°/12), em um dia exuberante. O céu azul decorado com nuvens que pareciam se dissolver aos poucos combinou com a nova pintura do templo, que chega aos 100 anos revitalizado, graças ao empenho dos moradores. E foi o esforço comunitário que motivou a vereadora Gladis Frizzo/PP a indicar a honraria legislativa. O Prêmio Caxias do Sul é concedido pelo Parlamento a pessoas, entidades ou localidades que se destacam em serviços prestados à comunidade caxiense nos mais diferentes campos de ação.
Durante a cerimônia ao ar livre, neste domingo, a parlamentar Tatiane Frizzo/PSDB representou a Câmara e a vereadora Gladis discursou em nome de todos os legisladores. Também marcou presença no ato a vereadora eleita Sandra Bonetto/NOVO.
Gladis Frizzo/PP elogiou a dedicação comunitária de manter as raízes e melhorar a infraestrutura. Lembrou que foi procurada pelas famílias que reivindicaram asfalto de uma das principais estradas, para facilitar o escoamento da produção e terem melhores condições de trafegabilidade. Foram a Brasília e conseguiram emenda parlamentar para contemplar um trecho de cerca de 500 metros com pavimentação asfáltica.
"A comunidade daqui trabalha muito. A capela completa 100 anos e continua com sua cultura. A festa é hoje, mas o trabalho vem de dias, um trabalho lindo. Cem anos não é qualquer comunidade que completa. Por isso, os moradores merecem este Prêmio Caxias do Sul", destacou Gladis.
Representando a diretoria, receberam a distinção o presidente da comunidade, André Valentini, e o vice-presidente, Marcelino Carlos Dezen, que fez o pronunciamento em tom de gratidão. Sobre a história da Capela, Dezen explicou que não há informação precisa sobre a data certa da inauguração. Diante disso, pesquisaram e se basearam em algumas evidências para chegar ao centenário. Uma delas foi a foto datada de 1923 e que está afixada no salão, referindo-se a uma festa com muitas pessoas e um andaime sinalizando a construção. Outra evidência é o túmulo de Francisco Rizzi, falecido em 1º de janeiro de 1923. Diante de relatos de que a edificação poderia ter se estendido até 1925 e desses registros de 1923, a comunidade chegou a um meio termo, marcando o ano de 1924 como referência inicial da Capela.
“São 100 anos de história, trabalho, união e fé. Queremos agradecer esta homenagem que a Câmara está nos fazendo e dizer que a nossa comunidade, apesar de ser pequena, de ter poucas famílias, sempre foi de muito trabalho, de muita participação, de muita união e, principalmente, de muita fé. Então, a gente espera levar esse legado que recebemos dos nossos antepassados para os próximos 100 anos, com certeza. Essa honraria é um orgulho muito grande para nós, uma satisfação imensa", celebrou Dezen, segurando com entusiasmo o certificado do Prêmio Caxias do Sul.
Prefeita em exercício, Paula Ioris/PSDB demonstrou alegria por presenciar este momento histórico. "Parabéns por terem colocado isso numa placa, porque a placa vai contando essa história. As pessoas vivem a história, um conta para o outro, mas a placa registra. Saúdo todos vocês que estão aqui hoje para celebrar os 100 anos. Parabenizar pela igreja que a comunidade tomou a iniciativa de revitalizar. Estavam me contando que os tijolos da igreja foram feitos de barro com a terra dessa localidade. Isso demonstra a fortaleza que tem aqui", disse Paula.
Antes da entrega do Prêmio Caxias do Sul e do descerramento da placa de revitalização da capela, houve missa especial. Celebrado pelo Bispo Emérito Dom Alessandro Ruffinoni e pelo padre Celso Luís Ciconetto, o encontro teve cantos do coral e a presença de crianças vestidas em homenagem aos três santos presentes no altar da Capela: São João Batista, Santa Bárbara e Santa Catarina. Um cordeirinho acompanhou o menino que interpretava o padroeiro do templo e chamou a atenção do público.
Após a missa e as solenidades, houve almoço por adesão. Cerca de 400 pessoas participaram do evento, que teve comida típica do interior caxiense, como a tradicional sopa de agnoline, macarrão, salada, galeto e vinho.
SAIBA MAIS SOBRE A COMUNIDADE HOMENAGEADA:
- Nos primeiros anos, as famílias da atual comunidade de São João Batista não tinham uma igreja própria. Elas eram atendidas pela Capela do Menino Deus, cuja igreja atual foi construída em 1890, sendo uma das mais antigas do interior de Caxias do Sul. No entanto, as famílias situadas mais ao norte, devido à distância, começaram a reivindicar a construção de uma igreja mais centralizada.
- As terras para a construção foram doadas por Pedro Radaelli, que havia herdado o lote 26 de seu sogro, Albino Postali, e adquirido terras vizinhas.
- Na época, a região fazia parte da Paróquia de Conceição da Linha Feijó e, em 1954, foi incorporada à Paróquia Santo Antônio de Forqueta. A comunidade optou por São João Batista como padroeiro. No altar da capela, há uma estátua do santo, obra do Atelier Zambelli, de Caxias do Sul.
- A comunidade sempre foi ativa, contando por muitos anos com um grupo de jovens que organiza encontros, retiros, jogos, gincanas e as tradicionais peças teatrais, que atraem grande público no salão.
- A comunidade São João Batista destaca-se pela produção agrícola, como a uva, a laranja, o pêssego, a ameixa, o caqui e o quiwi, além da produção de milho, hortigranjeiros e a criação de bovinos e ovinos.
- Para celebrar os 100 anos da construção da capela, o templo passou por pequenas reformas internas, incluindo a troca do telhado da sacristia, além de receber nova pintura, tanto interna quanto externa. Uma placa foi colocada este ano, para festejar o centenário, homenagear fundadores e comemorar a revitalização.
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